O Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - registrou uma variação nengativa de 0,1% no segundo trimestre de 2021, na comparação com o primeiro trimestre do ano. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais divulgados nessa quarta-feira, 1º de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o instituto, esse resultado veio depois de três trimestres de crescimento da economia do país. Com ele, o PIB do Brasil nesse período fica no mesmo patamar do fim de 2019 e início de 2020, período pré-pandemia de Covid-19.
Porém, esse resultado ainda é 3,2% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica na série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014. Em valores correntes, o PIB chegou a R$ 2,1 trilhões.
"Com esse resultado, a economia brasileira avançou 6,4% no primeiro semestre. Nos últimos quatro trimestres, acumula alta de 1,8%, e na comparação com o segundo trimestre do ano passado, cresceu 12,4%", informou o IBGE. Veja mais detalhes abaixo.
No trimestre, maior queda foi da Agropecuária
Considerando a comparação com o primeiro trimestre de 2021, a maior queda foi da Agropecuária (-2,8%), seguida pela Indústria (-0,2%). Por outro lado, os Serviços cresceram 0,7%.
Entre as atividades industriais, o desempenho foi puxado pelas quedas de 2,2% nas Indústrias de Transformação e de 0,9% na atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos. Essas quedas compensaram a alta que houve de 5,3% nas Indústrias Extrativas e 2,7% na Construção.
Nos Serviços, houve resultados positivos em Informação e comunicação (5,6%), Outras atividades de serviços (2,1%), Comércio (0,5%), Atividades imobiliárias (0,4%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,3%) e Transporte, armazenagem e correio (0,1%). Houve também estabilidade para Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,0%).
Pela ótica da despesa, a Formação Bruta de Capital Fixo (-3,6%) apresentou queda, a Despesa de Consumo das Famílias (0,0%) ficou estável e a Despesa de Consumo do Governo (0,7%) cresceu em relação ao trimestre imediatamente anterior.
No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços tiveram crescimento de 9,4%, enquanto as Importações de Bens e Serviços recuaram 0,6% em relação ao primeiro trimestre de 2021.
PIB cresce 12,4% frente ao 2º trimestre de 2020
Quando comparado a igual período do ano anterior, o PIB teve crescimento de 12,4% no segundo trimestre de 2021. O Valor Adicionado a preços básicos teve alta de 11,7% e os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios avançaram em 16,8%.
A Agropecuária cresceu 1,3% em relação a igual período de 2020. Este resultado pode ser explicado, principalmente, pelo desempenho positivo de alguns produtos da lavoura com safra relevante no segundo trimestre, como a soja (9,8%) e o arroz (4,1%).
Em contrapartida, houve recuos nas estimativas de produção anual das culturas de café (-21,0%), algodão (-16,6%) e milho (-11,3%). As estimativas para Pecuária e Produção florestal apontaram contribuição positiva para a Agropecuária neste trimestre.
A Indústria cresceu 17,8%. Nesse contexto, a atividade Indústrias de Transformação registrou o melhor resultado com alta de 25,8%, influenciada, principalmente, pelo avanço na fabricação de veículos automotores; de outros equipamentos de transporte; de máquinas e equipamentos; e da metalurgia.
A alta na atividade de Construção (13,1%) foi corroborada pelo aumento do número de pessoas ocupadas no setor e da produção de seus insumos típicos. Esta atividade voltou a ter resultado positivo após cinco trimestres consecutivos de queda.
Indústrias Extrativas apresentou variação positiva de 7,0%, resultado do aumento na extração de minérios ferrosos, uma vez que a extração de petróleo e gás cresceu menos no período.
A atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos apresentou alta de 6,7% devido à maior atividade da economia como um todo, já que o segundo trimestre de 2020 foi o auge das restrições durante a pandemia da Covid-19. Este movimento foi capaz de compensar até mesmo o momento com bandeiras tarifárias mais desfavoráveis.
O setor de Serviços avançou 10,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os melhores resultados se deram em Transporte, armazenagem e correio (25,3%) e Comércio (20,9%). As demais atividades também apresentaram resultados positivos: Outras atividades de serviços (16,1%), Informação e comunicação (15,6%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (4,1%), Atividades imobiliárias (3,5%) e Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,4%).
A Despesa de Consumo das Famílias cresceu 10,8%, explicada pelo efeito base, já que é contra o trimestre com os maiores efeitos da pandemia sobre a economia, além dos programas de apoio do governo do aumento do crédito a pessoas físicas. Por outro lado, houve aumento das taxas de juros e, mesmo com o aumento das ocupações na economia, a massa salarial, afetada negativamente pelo aumento da inflação, caiu em relação ao segundo trimestre de 2020.
A Formação Bruta de Capital Fixo avançou 32,9% no segundo trimestre de 2021, explicado pelos resultados positivos da produção interna e importação de bens de capital, além da construção. A Despesa de Consumo do Governo subiu 4,2% em relação ao segundo trimestre de 2020.
No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços cresceram 14,1%, ao passo que o crescimento das Importações de Bens e Serviços foi de 20,2% no segundo trimestre de 2021. Dentre as exportações de bens, o crescimento é explicado, principalmente, pelo acréscimo em produtos agrícolas, indústria automotiva, máquinas e equipamentos e minerais não metálicos. Por outro lado, as importações cresceram principalmente devido ao acréscimo nas compras de veículos automotores, máquinas e equipamentos, siderurgia e refino de petróleo.
PIB cresce 1,8% no acumulado em quatro trimestres
O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em junho de 2021 cresceu 1,8% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Esta taxa resultou da alta de 1,6% do Valor Adicionado a preços básicos e de 2,8% nos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios. O resultado do Valor Adicionado nesta comparação decorreu dos seguintes desempenhos: Agropecuária (2,0%), Indústria (4,7%) e Serviços (0,5%).
As atividades industriais com crescimento foram Indústrias da Transformação (8,1%) e Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (3,5%) se expandiram. Já a Construção (-0,7%) e as Indústrias Extrativas (-0,2%) sofreram contração.
Nos Serviços, houve altas em: Comércio (5,7%), Informação e Comunicação (5,4%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (3,9%), Atividades imobiliárias (3,4%) e Transporte, armazenagem e correio (1,5%). As quedas foram: Outras atividades de serviços (-4,9%) e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-2,5%).
Na análise da despesa, a Formação Bruta de Capital Fixo (12,8%) teve variação positiva pelo segundo trimestre consecutivo. Por outro lado, a Despesa de Consumo das Famílias (-0,4%) e a Despesa de Consumo do Governo (-2,6%) tiveram variações negativas.
No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços apresentaram alta de 2,4% e as Importações de Bens e Serviços apresentaram queda de 1,7%.
Primeiro semestre tem alta de 6,4% no PIB
O PIB no 1º semestre de 2021 cresceu 6,4% em relação a igual período de 2020. Nesta base de comparação, houve desempenho positivo para a Agropecuária (3,3%), a Indústria (10,0%) e os Serviços (4,7%).
Taxa de Investimento foi de 18,2% no 2º trimestre
A taxa de investimento no segundo trimestre de 2021 foi de 18,2% do PIB, acima do observado no mesmo período do ano anterior (15,1%). A taxa de poupança foi de 20,9% no segundo trimestre de 2021 (ante 15,7% no mesmo período de 2020).
A Capacidade de Financiamento alcançou R$ 81,4 bilhões ante R$ 35,7 bilhões no segundo trimestre de 2020. O aumento da Capacidade de Financiamento é explicado, principalmente, pelo aumento no montante de R$ 55,1 bilhões no saldo externo de bens e serviços.
O que é o PIB?
O PIB é o principal termômetro de uma economia, o indicador síntese dela, indicador de fluxo de bens e serviços produzidos. Para tirar dúvidas a respeito do que é o PIB, o próprio IBGE tem um vídeo bastante didático. Confira:
Com informações Agência Brasil e Agência IBGE.
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