Provavelmente você já deve ter ouvido ou lido, nos últimos tempos, que o Brasil passa por um ciclo de aperto da política monetária. Inclusive, é possível que você tenha ignorado o assunto, achando que ele não interfere em nada, a sua vida. Ou ainda, que é um assunto muito difícil de compreender.
Entretanto, o fato é que a política monetária do Brasil está em todo o lugar. Ou seja, se você vai ao mercado, se você parcela as suas comrpas no cartão, se você tem boletos a pagar... Tudo isso sofre a influência da política monetária, já que esta influencia no preço que você paga por todas essas coisas.
Agora imagine um mês em que o seu orçamento saiu do controle: você ganhou menos do que esperava, chegaram boletos que você não lembrava, e imprevistos ocorreram. O dinheiro entrava e saia da sua conta de forma caótica, o que te impossibilitou, inclusive, de comprar um café na padaria sem provocar uma catástrofe nas suas contas.
É uma situação horrível, não é mesmo? Agora imagine isso ocorrendo todos os meses. Dá um desespero só de imaginar, né? Ninguém gosta de contas desequilibradas. E com a economia do Brasil, é a mesma coisa.
Assim como você precisa controlar as suas contas, o país também precisa equilibrar o dinheiro, para evitar que a inflação saia do controle, e os juros virem um pesadelo, gerando desemprego, estagnação e caos. Esse equilíbrio das contas é o grande objetivo da política monetária.
O que é política monetária?
Imagine que depois daquele mês caótico, citado acima, você optou por lidar melhor com o seu dinheiro: analisou quanto ganha, quanto gasta, criou metas de gastos e investimentos. Assim como você, o governo também precisa fazer essa análise, chamada de política econômica. A política monetária é o grande pilar da política econômica, que controla a circulação de dinheiro no país.
Sendo assim, a política econômica é toda e qualquer ação do governo para equilibrar as contas do país. Ao agir assim, o governo vissa evitar problemas que podem colocar a economia em risco. Como exemplo desses problemas, é possível citar aqueles que impedem a economia de girar e afetar a vida da população - como a inflação alta, que reduz o poder de compra, e desemprego.
E assim, para manter a economia em equilíbrio, com a inflação controlada, dinheiro circulando, taxa de emprego em alta, e contas em dia, é que a política econômica existe. E ela, é formada por 3 pilares: política fiscal, política cambial e política monetária.
- Política fiscal: é o orçamento;
- Política cambial: é a relação financeira entre o Brasil e outros países;
- Política monetária: controla o dinheiro que circula no país, e trabalha em busca de equilíbrio. Ou seja, não pode ser excessivo, a ponto de fazer o consumo aumentar muito, e assim, aumentando a inflação; e nem pouco demais, a ponto de aumentar a procura por empréstimos - o que elevaria os juros.
Como opera a política monetária?
O órgão responsável pela política monetária é o Banco Central, que tem como meta, manter o custo e a quantidade de dinheiro na medida saudável para o Brasil. Ele faz isso com dados, metas e ferramentas.
E assim, supondo que você tenha iniciado a organização das suas contas, a primeira tarefa é levantar todas as informações financeiras, para compreender a sua situação atual. Ou seja, se tem dívidas, o tamanho delas, quanto dinheiro entra e sal, e por aí vai.
Já com o Brasil, a lógica é a mesma. Para definir a política monetária, o Banco Central conta com dados para compreender como está a economia no detalhe, e criar metas que mantenham tudo nos eixos. Após fazer um diagnóstico das suas contas, você traça metas de pagamento de dívidas, de gastos e investimentos para acertar os ponteiros.
Por fim, após fazer um diagnóstico das suas contas, você cria metas de pagamento de dívidas, de gastos e investimentos para acertar os ponteiros. Na política monetária, também existem metas para manter a economia no lugar. E a principal delas é controlar a inflação, por meio da taxa básica de juros, a Selic.
Como a política monetária afeta a sua vida?
As consequências da política monetária na sua vida não se resumem à variação de preços (inflação) ou dos juros (taxa Selic). De acordo com o Banco Central, a política monetária afeta a decisão entre consumo e investimento das famílias e empresas; a taxa de câmbio; o preço dos ativos (investimentos); o preço do crédito; e as expectativas.
1 - Consumir ou investir
Essa é uma das consequências mais citadas. Dependendo dos rumos da inflação, a taxa Selic aumenta ou desce. E isso, prejudica a decisão de pessoas e empresas sobre consumir ou investir. Quando a taxa Selic sobe, as outras taxas de juros ficam mais altas. Ou seja, é mais caro pegar um empréstimo, entrar em um financiamento, ou parcelar uma compra, por exemplo.
O mesmo acontece com as empresas: se torna mais caro fazer financiamentos para a compra de um novo equipamento, ou para contratar mais pessoas. Por outro lado, os juros ofertados em investimentos de renda fixa, ficam mais atrativos. E isso, incentiva as pessoas a investirem nesses ativos, ao invés de usar o dinheiro para consumir. E ao consumir menos, isso tende a reduzir a busca por bens e serviços da economia, bem como a inflação.
2 - Preço do crédito
Devido ao fato que a taxa controla todas as outras taxas, a Selic afeta qualquer tipo de crédito. Quando ela aumenta, as taxas de empréstimo sobem. As taxas mais caras desestimulam o consumo, e o volume de empréstimo para pessoas e empresas cai.
Por outro lado, quando a taxa Selic cai, os juros de empréstimos tendem a cair. Nesse caso, o volume de crédito no mercado cresce e os juros ofertados em investimentos conservadores fica.
3 - Taxa de câmbio
Ao aumentar a taxa de juros, o Banco Central diminui a circulação da moeda. Assim, com menos dinheiro rodando, o real tende a valorizar diante do dólar. Com isso, o preço de tudo que é vendido internacionalmente, cai. Por exemplo: a farinha para fazer o pão.
Por outro lado, o dólar mais barato desestimula as exportações. E assim, aumenta a oferta de bens no mercado interno, e estimula as importações. O contrário também é real: quando o dólar está alto, os itens produzidos com insumos estrangeiros, tendem a ficar mais caros. Além disso, o dólar mais alto estimula as exportações, diminuindo a oferta interna. E assim, tudo fica mais caro por aqui.
4 - Preço dos investimentos
Quem investe sente as consequências da política monetária. Lembra que uma elevação na taxa de juros esfria a economia fazendo com que as pessoas consumam menos e as empresas diminuam os investimentos?
Com o consumo baixo, as empresas vendem e lucram menos. E assim, uma empresa que investe menos, pode ficar menos atrativa para o investidor. Tudo isso, afeta o valor de mercado dessa companhia, e puxa para baixo, o preço das ações dela.
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