Todos os anos, a Apple lança no mundo todo, a sua nova linha de produtos. Neste ano, houve o lançamento da linha do iPhone 14, smartphone bastante cobiçado pelas pessoas. Entretanto, aqui no Brasil, o preço que os aparelhos possuem assustam, e inclusive, é o lugar mais caro para adquirir um iPhone.

Em suma, os motivos para esse alto preço dos telefones da Apple são antigos por aqui. Os impostos altos e a alteração constante do câmbio do dólar estão entre os grandes problemas que fazem o preço ficar muito além da realidade dos brasileiros.

Para se ter ideia, nos Estados Unidos, um iPhone 14 custa US$ 799 (R$ 4.400), enquanto o Plus custa US$ 899 (R$ 4.900). Por outro lado, aqui no Brasil, enquanto o iPhone tradicional custa R$ 7.599, o plus custa R$ 8.599. Ou seja, como você pode ver, é praticamente o dobro do valor.

Mas afinal, o que faz os preços serem tão altos? Entenda a seguir.

Quais impostos incidem sobre um iPhone?

Em suma, o principal motivo para explicar os preços altos do iPhone no Brasil são os impostos muito altos. De acordo com Anderson Costa de Souza, professor de administração e recursos humanos da Fundação Getulio Vargas (FGV), os celulares são submetidos a dois impostos e duas contribuições.

Os impostos são o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI federal) e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS estadual). Enquanto isso, as contribuições são as do PIS (Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social).

Em relação aos celulares importados, como a maioria dos iPhones, ainda há um terceiro imposto federal: o Imposto de Importação (II). O mesmo aumenta a base de cálculo de todos os outros tributos citados acima.

De acordo com uma pesquisa do portal de descontos CupomValido.com.br, o Brasil é o país onde os iPhones, iPads, AirPods, e Macbooks são os mais caros do mundo. Em torno de 40% do preço de um iPhone, conforme a pesquisa, é usado para pagar a carga tributária.

Apesar disso, a Apple tem uma parcela fiel de 13% das vendas do mercado, segundo a pesquisa da Panorama Mobile Time/Opinion Box, de 2021. Ao comparar com a Samsung (43%) e a Motorola (22%), que possuem uma participação maior que a Apple no Brasil, Souza disse que "certamente um dos fatores que contribui para o número de participação não ser o maior é o preço do produto praticado".

Existe também um outro fator que influencia diretamente no preço, que é o câmbio, ainda mais com a alta do dólar. Atualmente, um dólar está acima da casa dos R$ 5, e isso faz com que o preço do aparelho suba muito.

Mesmo montado no Brasil, iPhone continua caro

Em suma, já existem iPhones montados em território nacional, como por exemplo, o iPhone 13, que é montado em uma fábrica da Foxconn em Jundiaí (SP). Entretanto, isso não diminui o preço do aparelho.

Isso acontece, porque a empresa também tem interesse em se colocar no mercado como uma marca para produtos "premium". Ou seja, não há o interesse em democratizar o acesso. É aquela lógica: "Se os iPhones da Apple são um sonho de consumo, não podem ser tão fáceis de comprar, né?".

Preços altos fazem crescer mercado de usados

Uma alternativa para muitos amantes do iPhone, tem sido comprar um aparelho usado no Brasil. Segundo a consultoria Counterpoint Research, na América Latina, em 2021, a alta de celulares usados foi de 29%. Já no mundo, o aumento registrado foi de 15%. Nesse mercado, a Apple lidera, seguida pela Samsung.

No site Trocafone, um modelo iPhone 12 Pro de 256 GB custa R$ 6.337,88. Embora seja um valor alto, é mais barato que no site do iPlace, onde o mesmo aparelho novo custa R$ 9.349,15. Sendo assim, para quem deseja muito ter um iPhone, mas não tem grana para investir no mesmo, vale a pena pesquisar mais sobre os aparelhos usados.