Uma informação divulgada recentemente pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) ganhou destaque no fim dessa semana. Segundo a organização a Petrobras pretende reajustar entre duas a quatro vezes o preço dos novos contratos de gás natural em 2022.
A informação foi divulgada pelo jornal Valor Econômico e segundo o veículo, a Petrobras teria apresentado propostas de contrato com diferentes prazos e valores. Nesses documentos consta que os acordos de prazo mais curto, entre seis meses e um ano, podem ter valores até quatro vezes maiores, enquanto os contratos mais longos ficariam "apenas" duas vezes mais altos.
O objetivo seria aproximar os preços internos da realidade das cotações internacionais de gás natual liquefeito (GNL). No caso dos contratos mais longos, porém, a proposta seria diluir o aumento esperado para 2022 ao longo dos anos seguintes. Em função da crise energética em regiões como a China e a Europa, os preços vêm mesmo sendo pressionados lá fora.
Como vai ficar o preço?
Se essa situação se confirmar, o preço do milhão de BTU (unidade térmca britânica) pode subir de US$ 8 para US$ 35 já no início de 2022.
Acredita-se que algumas distribuidoras consigam repassar aos consumidores os ganhos obtidos com melhores condições contratuais negociadas com os novos nomes do mercado. Porém, em vários estados, a estatal ainda é a principal alternativa de suprimento.
Mas o aumento nos preços é praticamente certo, até porque a Petrobras já informou que para atender à demanda nacional em 2022, terá que complementar a oferta importando gás natural, o que vai impactar nos preços principalmente por conta da valorização do combustível internacionalmente.
Confira o posicionamento da companhia na íntegra:
A Petrobras reforça seu compromisso em oferecer às distribuidoras de gás natural mecanismos contratuais para reduzir a volatilidade e conferir mais previsibilidade aos preços do produto, mantendo o alinhamento com o mercado internacional. Neste sentido, a companhia está negociando novas modalidades de contratos de gás natural no âmbito das chamadas públicas.
Importante reforçar que, para atender a demanda brasileira por gás natural em 2022, é imprescindível complementar a oferta com importação de GNL. Observa-se que alta demanda por GNL e limitações da oferta internacional resultaram em expressivo aumento do preço internacional do insumo, que chegou a subir cerca de 500% em 2021, com tendência de manutenção da alta no início de 2022.
Buscando atenuar o aumento, a Petrobras ofertou contratos com referência de indexadores ligados ao GNL e ao Brent, assim como a opção de parcelamento nos contratos de longo prazo.
Cabe reforçar que os novos contratos ainda se encontram em fase de negociação no âmbito das chamadas públicas, nas quais a Petrobras concorre com outras empresas.
Importante ressaltar que essa situação não se aplica a todo o mercado de gás natural, mas apenas a uma parcela de cerca de 20% da demanda nacional.
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