O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, registrou inflação de 0,72% em julho deste ano. Essa foi a maior variação do IPCA-15 para um mês de julho desde 2004 (0,93%).
Segundo dados divulgados nessa sexta-feira, dia 23 de julho, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA-15 de julho deste ano ficou abaixo do registrado no mês anterior (0,83%), mas acima de junho de 2020 (0,30%).
A prévia da inflação oficial acumula taxas de 4,88% no ano e de 8,59% em 12 meses, de acordo com o IBGE.
Causas da inflação no mês
Sete dos nove grupos de despesa analisados na pesquisa tiveram alta de preços na prévia de julho, com destaque para habitação, cuja taxa de inflação chegou a 2,14% no período. A alta de 4,79% da energia elétrica foi a principal responsável pelo comportamento deste grupo de despesas e pelo IPCA-15 em julho.
Também contribuíram para a inflação dos gastos com habitação os aumentos de preços do gás de botijão (3,89%) e gás encanado (2,79%).
Os transportes também tiveram impacto importante na prévia do mês, ao registrar inflação de 1,07%, devido principalmente às passagens aéreas (35,64%).
Em seguida, aparecem os grupos alimentação e bebidas (0,49%), as despesas pessoais (0,36%), artigos de residência (0,81%), vestuário (0,58%) e educação (0,12%).
Por outro lado, dois grupos tiveram deflação (queda de preços): saúde e cuidados pessoais (0,24%) e comunicação (0,04%).
Projeção para o ano já é de mais 6%
Esse aumento da inflação no mês de julho vai ao encontro das perspectivas para a inflação ao longo de todo o ano, que de acordo com o último boletim Focus já é de 6,31%. A pesquisa é divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos.
Acompanhando esse ritmo, a taxa básica de juros do Brasil, a taxa Selic estabelecida atualmente em 4,25%, também vem sendo elevada e deve chegar a 6,75% até o fim de 2021.
Todo esses dados compõem um cenário difícil para a população brasileira. Ainda que o PIB esteja crescendo e a economia mostre uma recuperação gradativa no pós-pandemia, alguns índices como o desenvolvimento humano se encontram ainda muito baixos e em queda em função das dificuldades econômicas que afetam outras instâncias da vida brasileira.
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