A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, caiu pela segunda vez nessa semana depois de vários meses de alta. Segundo o Boletim Focus publicado nessa segunda-feira, 20 de dezembro, pelo Banco Central, agora ela está em 10,04% ao ano.

A previsão anterior, divulgada na segunda-feira passada era de 10,05% e há quatro semanas, essa previsão era de 10,12%, já bastante acima do teto estipulado inicialmente pelo Banco Central, que era de 5,25%, considerando a tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo em relação à meta que era de 3,75%.

Antes dessa leve baixa, na semana anterior a previsão já havia dado uma desacelerada já que o último aumento foi de apenas 0,3 ponto percentual enquanto os anteriores vinham na faixa dos 0,30 p.p. Ainda assim, vale dizer que ao longo de 2021 foram registradas 35 elevações.

As estimativas dos boletins divulgados ao longo de 2021 foram as seguintes:

  • 08/01/2021: 4,37%
  • 15/01/2021: 3,43%
  • 22/01/2021: 3,50%
  • 29/01/2021: 3,53%
  • 05/02/2021: 3,60%
  • 12/02/2021: 3,62%
  • 22/02/2021: 3,82%
  • 01/03/2021: 3,87%
  • 08/03/2021: 3,98%
  • 15/03/2021: 4,60%
  • 22/03/2021: 4,71%
  • 29/03/2021: 4,81%
  • 05/04/2021: 4,81%
  • 12/04/2021: 4,85%
  • 19/04/2021: 4,92%
  • 26/04/2021: 5,01%
  • 03/05/2021: 5,04%
  • 10/05/2021: 5,06%
  • 17/05/2021: 5,15%
  • 24/05/2021: 5,24%
  • 31/05/2021: 5,31%
  • 07/06/2021: 5,44%
  • 14/06/2021: 5,82%
  • 21/06/2021: 5,90%
  • 28/06/2021: 5,97%
  • 05/07/2021: 6,07%
  • 12/07/2021: 6,11%
  • 19/07/2021: 6,31%
  • 26/07/2021: 6,56%
  • 02/08/2021: 6,79%
  • 09/08/2021: 6,88%
  • 16/08/2021: 7,05%
  • 23/08/2021: 7,11%
  • 30/08/2021: 7,27%
  • 06/08/2021: 7,58%
  • 13/09/2021: 8%
  • 20/09/2021: 8,35%
  • 27/09/2021: 8,45%
  • 04/10/2021: 8,51%
  • 11/10/2021: 8,59%
  • 18/10/2021: 8,69%
  • 25/10/2021: 8,96%
  • 1º/11/2021: 9,17%
  • 08/11/2021: 9,33%
  • 16/11/2021: 9,77%
  • 22/11/2021: 10,12%
  • 29/11/2021: 10,15%
  • 06/12/2021: 10,18%
  • 13/12/2021: 10,05%
  • 20/12/2021: 10,04

De janeiro a novembro, a inflação já acumula 9,26% e, nos últimos 12 meses, chega a 10,74%. Recentemente o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que, em novembro, o IPCA ficou em 0,95% (também um pouco mais baixo do que a média que vinha sendo registrada nos meses anteriores).

Ainda de acordo com o Boletim Focus, para 2022, a estimativa é de que o IPCA fique em 5,03% ao ano, subindo 0,01 p.p. em relação à previsão da semana passada. Para 2023 a previsão caiu de 3,46% para 3,40% e para 2024 também caiu de 3,09% para 3%.

PIB

E a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) que já vem caindo nos últimos meses também registrou uma queda nessa semana. Ela chegou a ser de 5,30%, mas agora está em 4,58%. Na semana passada a expectativa era de um PIB em 4,65% ao ano.

Para 2022, a expectativa de crescimento para o PIB, também vem caindo e preocupando cada vez mais. Há seis semanas, ela chegou ao 1% e na há cinco semanas pela primeira vez ficou abaixo disso, fechando em 0,93%. Nessa semana, porém, ela permaneceu estável em 0,50%.

Para 2023, também houve queda. Na semana passada ela estava em 1,90%, mas agora está em 1,85%. Já para 2024 a previsão se mantém na faixa dos 2% a cerca de quatro semanas.

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida em 9,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom), cuja última reunião foi nos dias 7 e 8 de dezembro. Nesse encontro, decidiu-se elevar a Selic em mais 1,5%.

Segundo o Focus, na semana passada a expetativa do mercado para a Selic até o fim de 2021 chegava aos 9,25%, o que já se cumpriu, uma vez que não haverá mais reuniões do Copom nesse ano. E para 2022, a previsão se manteve em 11,50%. Para 2023 o mercado financeiro espera uma Selic em cerca de 8% e para 2024 a previsão é de 7%.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas podem dificultar a recuperação da economia.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. Além da taxa Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

O Boletim Focus

Divulgado semanalmente pelo Banco Central, o Boletim Focus ou Relatório Focus resume as estatísticas calculadas considerando as expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à sua divulgação.

O relatório traz a evolução gráfica e o comportamento semanal das projeções para índices de preços, atividade econômica, câmbio, taxa Selic, entre outros indicadores. As projeções são do mercado, não do BC.