A QR Asset, gestora do ETF de criptomoedas QBTC11 acaba de lançar na bolsa de valores brasileira o primeiro ETF de Ethereum da América Latina, o QR CME CF Ether Reference Rate Fundo de Índice, QETH11. Ele tem como público alvo investidores em geral e já pode ser adquirido pelos interessados.

De acordo com a QR Asset, o produto segue o mesmo índice de Ethereum utilizado pelo CME Group. Assim, o ETF compra Ethereum físico e realiza a custódia com transparência e segurança em parceria com a Gemini, custodiante institucional de criptoativos fundada pelos irmãos Winklevoss.

"Assim, a QR Asset consolida sua estratégia de ETFs monoativos ao dar mais autonomia e devolver o poder de escolha aos seus clientes. Com o QBTC11 e o QETH11, o investidor pode montar sua própria carteira e decidir o que é melhor para o seu dinheiro", disse o Diretor de Investimentos da QR Asset, Alexandre Ludolf em nota divulgada.

Veja mais detalhes sobre o ativo abaixo.

Cronograma

Todo o processo de divulgação e lançamento do novo ativo se deu muito rápido. As primeiras divulgações aconteceram nessa segunda-feira, dia 2 de agosto e ontem já as negociações tiveram início. Veja:

Data Acontecimento
Segunda-feira, 2 de agosto 2021 Divulgação do site do Fundo e recebimento de pedidos de subscrição de Cotas dos investidores institucionais pelos agentes autorizados (mercado primário);
Terça-feira, 3 de agosto de 2021 Data de Liquidação Financeira da Primeira Emissão;
Quarta-feira, 4 de agosto de 2021 Data de Início da Negociação das Cotas na B3 (mercado secundário).

Características e aplicação

O ETF investirá no mínimo 95% de seu patrimônio em Ethereum através de cotas de fundos de investimento que visem refletir as variações e rentabilidade do Índice.

Além disso, o QETH11 poderá negociar posições compradas no mercado futuro de dólar, a fim de proteger o risco de descolamento decorrente da exposição cambial gerada pelas posições mantidas nos mercados em que é negociado o ativo digital.

Para os interessados, a compra das cotas do ETF pode ser feita do mesmo modo que a compra de ações. Para os investidores que participaram da primeira emissão era necessário adquirir um lote mínimo de 10 cotas, porém, agora, as negociações são livres.

Cada uma das cotas do ativo iniciou custando R$ 10,07 nessa quarta-feira, dia 4 de agosto e, por volta das 11h10 dessa quinta-feira, dia 5 elas já estavam custando cerca de R$ 10,40, com uma leve alta em seu preço.

A taxa de administração do fundo é de 0,75% ao ano, mesmo preço cobrado no investimento em QBTC11.

Mais informações sobre o ETF podem ser encontradas no site da gestora.

O Ethereum

Se o Bitcoin, principal criptomoeda do mercado hoje, é considerado o ouro das moedas digitais, o Ethereum (Ether) é a prata da casa. O valor dela está, atualmente, na casa dos US$ 2.791,25, ou seja, R$ 14.285,06 mil.

Só em 2021 ela teve uma valorização de mais de 300%, já que nos primeiros dias do ano seu valor estava na casa dos R$ 3 mil. Há um bom número de especialistas que acredita que, em breve, a Ethereum possa superar o Bitcoin.

Ela é um sistema de blockchain descentralizado e open-source, que possui sua própria criptomoeda, o Ether. O ETH funciona como uma plataforma para várias outras criptomoedas, bem como para a execução de smart contracts descentralizados.

Ethereum foi o precursor do conceito de uma plataforma de blockchain de smart contract. Os smart contracts são programas de computador que executam automaticamente as ações necessárias para cumprir um acordo entre várias partes na internet. Eles foram projetados para reduzir a necessidade de intermediários confiáveis entre os contratantes, reduzindo assim os custos de transação e aumentando a confiabilidade da transação.

Em agosto de 2020, existiam por volta de 112 milhões de moedas ETH em circulação, das quais, 72 milhões foram emitidas no bloco gênesis — o primeiro livro do blockchain do Ethereum. Dessas 72 milhões, 60 milhões foram distribuídas para os contribuidores iniciais através da venda coletiva de 2014 que financiou o projeto e 12 milhões foram entregues ao fundo de desenvolvimento.

A quantia remanescente foi emitida na forma de recompensas de bloco para os mineradores da rede Ethereum. A recompensa original em 2015 era de 5 ETH por bloco, que mais tarde diminui para 3 ETH no final de 2017, e depois para 2 ETH no início de 2019. O tempo médio que leva para extrair um bloco Ethereum é de cerca de 13-15 segundos.

Uma das principais diferenças entre a economia do Bitcoin e do Ethereum é que o Ethereum não é deflacionário, ou seja, seu fornecimento total não é limitado. Desenvolvedores do Ethereum justificam isso por não quererem um "orçamento fixo de segurança" para a rede. Ser capaz de ajustar a taxa de emissão do ETH via consenso permite que a rede mantenha a emissão mínima necessária para a segurança adequada.