Começou nessa terça-feira, 15 de junho, mais uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) que é responsável por definir a taxa básica de juros (a famosa Selic) brasileira. Essa está sendo a quarta reunião do ano e o resultado desse encontro deve sair ainda hoje, dia 16.
As reuniões do Copom acontecem a cada 45 dias e sempre são divididas em duas partes. Na primeira, que acontece no primeiro dia de reunião, são apresentados todos os dados, indicativos e projeções econômicas do país aos integrantes da reunião. No segundo dia, com base nas apresentações feitas, são tomadas as decisões necessárias.
Participam dessa reunião o presidente e oito diretores do Banco Central e eles têm um poder e uma responsabilidade muito grandes já que a Selic orienta os demais juros do país, impactando desde empréstimos e financiamentos até a performance de diversos tipos de investimentos, principalmente os de renda fixa, como títulos públicos.
Expectativas
E para essa quarta reunião do ano, as expectativas são grandes. Depois de várias reduções na taxa ao longo de 2020, fazendo com que ela chegasse a apenas 2%, o menor patamar da história dos juros no Brasil, desde a série iniciada em 1996 pelo Banco Central*, em 2021 o Copom voltou a aumentá-la.
Primeiro passando de 2% para 2,75% em março e de 2,75% para 3,5% na reunião realizada no início de maio. Por isso, acredita-se que um novo aumento de 0,75% deverá ser definido durante a reunião que acontece nessa semana. Até porque o próprio Copom anunciou, ao fim do último encontro, que a próxima reunião deveria ter "um novo aumento da mesma magnitude".
Inflação alta
A Selic também é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle e com as altas registradas nos últimos meses, a tendência natural é de que ela seja elevada.
Recentemente, dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostraram que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu a marca histórica de 8,06% no últimos 12 meses, sendo que houve um aumento de 0,83% apenas no último mês, o maior resultado para um mês de maio desde 1996.
Com esses dados, a inflação permanece bem acima do teto da meta do governo para o ano, cujo centro era de 3,75%, podendo variar entre 2,25% e 5,25%. E assim, a previsão do mercado financeiro para o IPCA deste ano também subiu de 5,44% para 5,82%, segundo o último Boletim Focus, divulgado pelo BC, nessa segunda-feira, 14 de junho.
Com base nisso, o mercado financeiro também já aumentou a previsão para a Selic, passando-a de 5,75% para 6,25% ao ano. Para o fim de 2022, 2023 e 2024, a estimativa é de que a taxa básica encerre estes períodos em 6,5% ao ano.
A ata completa dessa quarta reunião do Copom deverá ser divulgada na íntegra na quinta-feira, dia 17.
* Apenas a título de curiosidade, a Selic chegou atingir seus 45% ao ano, em 1999.
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