Queda do dólar: como aproveitar para planejar a viagem ao exterior?

Nos últimos dias, o dólar vem registrando uma cotação que há muito tempo não era registrada. No fim da tarde dessa segunda-feira, dia 28 de março, a moeda norte-americana estava em R$ 4,79, o menor nível dos últimos dois anos. Nesse cenário, o real já se valorizou 12% frente ao dólar.

O dólar turismo, que normalmente é comprado para viagens, normalmente é negociado a uma cotação ainda maior que o comercial utilizado por empresas, bancos e governos nas operações no mercado de câmbio. Isso ocorre pelo fato de o dólar turismo ter custos extras para as casas de câmbio, onde existem questões de logísticas e seguros envolvidos.

Então, se você está planejando uma viagem ao exterior, esse pode ser um ótimo momento para se organizar. Veja abaixo como aproveitar essa oportunidade.

Pode ou não pode viajar para o exterior?

Nesses momentos em que a cotação diminui, o brasileiro pode voltar a sonhar com uma viagem para o exterior. Mas será que é a hora de comprar moeda americana para conseguir viajar? Como saber se a moeda atingiu o piso e não mudará amanhã ou depois?

Na verdade, essas perguntas são difíceis de responder. Porém, a estratégia de realizar compras parceladas permite que o cliente compre dólar ou euro aos poucos, sabendo aproveitar as médias das cotações e diminuindo os riscos das oscilações cambiais.

Dólar turismo

Mesmo com a cotação maior, o dólar turismo também teve queda. Uma pessoa que tenha adquirido um dólar dia 30 de dezembro de 2021, pagou por ele R$ 5,91, sem adicionar as taxas da casa de câmbio. Agora, foi possível comprar por R$ 5,69, por exemplo.

E por isso, esse momento em que o dólar se encontra baixo, é uma boa oportunidade para quem tem a intenção de viajar para o exterior em um curto prazo, como ainda este ano.

Parece pouco R$ 0,22, mas se a pessoa realizar uma viagem com gastos de US$ 3.000, que inclui passagens aéreas, hospedagem, alimentação, entre outros, será uma economia de R$ 660,00.

Recomendações

Os especialistas recomendam que o dólar seja comprado aos poucos, para assim construir o chamado "preço médio". Quando a pessoa adquire dólar de forma parcelada, ela obtém cotações diferentes e então, cria uma proteção da variação de câmbio.

Caso a pessoa aguarde para comprar muito próximo de sua viagem, acaba ficando refém da cotação que está disponível naquele momento.

A dica também é válida principalmente para épocas de grande volatilidade no mercado de câmbio, assim como prometido em 2022, já que é ano de eleição e eles costumam ser incertos para os mercados. No ano de 2018, por exemplo, onde teve a última eleição para presidente da república, o dólar acumulou valorização de 17%.

Como comprar dólar para viajar?

Existem formas bastante simples de comprar dólar turismo, mas elas não são, necessariamente, as mais em conta. Por exemplo, você pode adquirir a moeda em espécie ou carregar um cartão pré-pago com dólar.

É importante destacar que o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) cobrado nas transações é de 1,10% com dinheiro em espécie e de 6,38% para cartões pré-pagos.

A maior vantagem do cartão pré-pago é a segurança em casos de perda ou roubo, pois pode ser cancelado ou bloqueado. Uma alternativa é a conta internacional com cartão de débito em moeda estrangeira. Assim, o cliente paga uma alíquota menor de IOF, sendo 1,1%, na conversão, além de em média 2% de spread sobre a operação de câmbio. A cotação considera o dólar comercial, mais barato.

Duas instituições financeiras oferecem esse serviço, que são o C6 Bank e a fintech Nomad. Vale lembrar que também é possível utilizar o cartão de crédito aceito no exterior, onde sofrem também a incidência do IOF com alíquota de 6,38%. Na maioria dos casos, a cotação de referência é a do dólar Ptax, que é a média de certo período.

No geral, ele fica acima do dólar comercial e abaixo do dólar turismo. Por outro lado, o turista fica exposto à variação do câmbio até que sua fatura feche.

O limite para poder viajar com dinheiro em espécie é de R$ 10.000. O turista também precisará declarar o valor para Receita Federal. Mas no início de 2023 essa regra irá mudar, já que a quantia será ampliada para US$ 10.000.