A empresa Raízen, que estreou na B3 há alguns dias com a ação RAIZ4, anunciou nesta terça-feira, 10 de agosto, que sua controlada Raízen Energia fechou contrato para compra de 50% da empresa Barcos y Rodados S.A. (B&R) por um total de US$ 130 milhões. Segundo o documento divulgado, haverá um pagamento inicial de US$ 40 milhões na data de fechamento da operação e parcelamento de US$ 90 milhões em quatro parcelas anuais.
A Barcos y Rodados é considerada líder no mercado de distribuição de combustíveis no Paraguai, sendo dona de uma rede de 350 postos revendedores, e permitirá que a Raízen aumente sua participação no mercado de Marketing & Serviços.
"A conclusão da Operação irá marcar a entrada da Raízen no mercado paraguaio de Marketing & Serviços, integrando a plataforma de operações na América do Sul da Companhia", disse a Raízen pelo documento divulgado.
Raízen Energia terá direito a dividendo preferencial
O acordo de compra e venda prevê que a controladora Raízen dê à Barcos y Rodados (B&R) o direito de uso da marca Shell, sendo que os postos ganharão o selo da marca Shell após a finalização da negociação.
Além disso, também consta no contrato que após o fechamento da negociação será assinado um Acordo de Acionistas, para regular as relações dos acionistas da Raízen Energia e os atuais acionistas da empresa adquirida.
Por sua vez, a Raízen Energia já tem garantido um direito de indicar nomes para a diretoria executiva e grande parte do conselho de administração da player paraguaia B&R. Outra condição anunciada agora em agosto é que com o fim da operação, a Raízen Energia terá direito a um dividendo preferencial que dependerá dos resultados financeiros da Barcos y Rodados.
"O fechamento da Operação está sujeito ao cumprimento de condições suspensivas usuais para este tipo de operação, incluindo, mas não se limitando, à segregação e inclusão de determinados ativos da B&R", disse a Raízen pelo documento divulgado em 10 de agosto.
Atualmente, a Raízen possui dois acionistas controladores: a multinacional petrolífera Royal Dutch Shell, mais conhecida como Shell (RDSA34), e a brasileira Cosan (CSAN3) que atua nos mercados de energia, combustíveis e logística. Por sua vez, a Raízen tem suas operações nos mercados de energias renováveis, combustíveis, marketing e serviços, açúcar e lojas de conveniência.
Raízen fecha novos acordos para venda de etanol celulósico
A Raízen também anunciou em 10 de agosto que, junto à Raízen Energia, foram assinados dois novos acordos comerciais para venda do produto etanol celulósico (E2G).
Segundo o documento divulgado, os novos acordos são relativos a uma comercialização total de 460 milhões de litros de etanol celulósico com entrega nos próximos nove anos.
Assim, a Raízen chega a um volume produtivo de quase 1 bilhão de litros do produto E2G com a demanda dos novos contratos. Segundo a empresa, a produção ocorrerá em plantas que ainda serão instaladas nos chamados Parques de Bionergia da Raízen. Recentemente, a empresa anunciou o lançamento da segunda planta produtiva de etanol celulósico, que será construída em São Paulo.
"A Raízen é atualmente o único player global com capacidade de produção de etanol celulósico em escala comercial, e a celebração desses acordos reflete a crescente demanda por fontes de energia mais limpa que contribuam para a descarbonização da matriz energética mundial", disse a Raízen pelo documento divulgado ao mercado.
Raízen levanta R$ 6 bi em IPO
A Raízen é nova na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). A empresa realizou uma oferta pública inicial de ações (IPO) em 5 de agosto, levantando um pouco mais de R$ 6 bilhões com a operação. No mesmo dia houve a listagem da Raízen na B3 com ação preferencial RAIZ4.
O IPO da Raízen contou com distribuição primária de ações, desta forma, o dinheiro vai para o caixa da empresa. Apesar de ter levantado pouco mais de R$ 6 bilhões, com cada ação a um preço de R$ 7,40, o IPO da Raízen também conta com pacotes extras de ações, o que poderia movimentar um montante maior.
Mas o interessante é que a Raízen pretende investir a maioria dos recursos captados, sendo 80% do dinheiro do IPO, para ações de expansão da companhia, por meio de construção de novas plantas que irão aumentar a produção de produtos renováveis e a capacidade de venda da empresa. Essas informações estão contidas no documento do IPO.
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