Na última terça-feira, 8 de março, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, decidiu suspender a importação de petróleo da Rússia. E isso, deve acelerar o aumento de preços dos combustíveis, além de renovar o clima de incerteza sobre os rumos da economia global.
Em suma, se trata de mais uma medida que se soma a outras sanções impostas contra o governo de Vladimir Putin, pela invasão da Ucrânia. O grupo de medidas traz efeitos prolongados para as economias globais, inclusive a do Brasil. Ou seja, é esperado que ocorra um aumento de inflação, e provavelmente, uma alta de juros e um menor crescimento da economia.
A Rússia possui um papel importante no mercado internacional. É uma das principais exportadoras de petróleo, com em torno de 7 milhões de barris por dia. A dinâmica da guerra só aumentou os preços do barril de petróleo para perto dos US$ 140. Entretanto, a nova sanção imposta pelos EUA deve pressionar ainda mais a restrição de oferta.
Ademais, os cálculos preliminares da Inter B, apontam que o barril do petróleo próximo dos US$ 150 e a pressão em outros insumos energéticos até o fim de 2022, poderiam tirar até 3% do potencial de crescimento da economia global. Já o impulso inflacionário pode ser de 1,5% a 2%.
Consequências para a economia da restrição de petróleo
Confira abaixo, quais devem ser as consequências das restrições ao petróleo russo, que os Estados Unidos impôs.
1 - Alta de preços
A primeira consequência, é o aumento no preço do petróleo. Em suma, o preço do barril do tipo Brent chegou a aumentar 18% na segunda, e se aproximou dos US$ 139 nos primeiros negócios, chegando ao seu nível mais alto desde 2008.
Na última terça-feira (08), o preço do barril do petróleo passou da marca de US$ 130. Por outro lado, perto das 14h, o barril de petróleo Brent aumentava 7,78%, negociado a US$ 132,78, e o WTI tinha alta de 7,55%, a US$ 129,17 o barril.
Ademais, outros produtos da Rússia sofrem os impactos das sanções, como as commodities agrícolas. Exemplo disso, são o paládio e o gás neon, produzidos na Rússia, os quais são insumos críticos para a produção de semicondutores.
2 - Mais inflação
Diante da alta do preço dos combustíveis, as grandes economias globais, inclusive a do Brasil, devem sofrer mais com a inflação. Além da alta nos combustíveis, existem os impactos no preço de derivados do trigo e uma provável restrição de oferta de fertilizantes, que prejudicam o agronegócio.
No Brasil, a valorização do barril do tipo Brent fez com que os efeitos dos preços da gasolina e do diesel, fizesse a inflação estourasse. Para se ter ideia, em 2020, o preço do barril de petróleo teve média de US$ 44 em 2020. Já em 2021, o valor chegou a US$ 70. Com o agravamento da guerra, o insumo pode ultrapassar os US$ 130.
3 - Mais juros
De acordo com o relatório Focus, os analistas estimam que a taxa básica de juros, a Selic, pode encerrar 2022 em 12,25%. Entretanto, a projeção pode ser alterada, se o cenário de inflação piorar.
E assim, os juros mais altos, custam caro para a economia. Eles tornam mais caros os investimentos das empresas, bem como inibem o consumo das famílias. Com isso, a economia tende a crescer menos.
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