A Indústrias Romi (ROMI3) abriu oficialmente a temporada de resultados trimestrais na noite dessa terça-feira, 1º de fevereiro. A companhia divulgou seu relatório, mostrando que nos meses de outubro a dezembro teve um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 85,2 milhões, 22,7% a mais na comparação com o 4T20.
Segundo a empresa, que atua na produção de máquinas e equipamentos para trabalhar metal, entre outros, isso se deve a um maior volume de faturamento e o controle eficaz dos custos e despesas.
Aliás, a Romi também registrou uma receita operacional líquida consolidada de R$ 442,8 milhões, um crescimento de 22,8% em relação ao 4T20. Mas só na Unidade de Máquinas Romi, a receita operacional líquida, no 4T21, apresentou crescimento de 28% em relação ao 4T20.
A explicação para isso está no sucesso de novas linhas de produtos e na retomada da demanda nos mercados interno e externo, disse a companhia no relatório. Essa evolução da receita, aliada ao controle efetivo das despesas operacionais, resultou em um crescimento de 37,3% no lucro operacional, nesse mesmo período de comparação.
Outros destaques - entrada de pedidos
A Romi destacou ainda em seu relatório que a entrada de pedidos na Unidade de Máquinas Romi, no 4T21 permaneceu estável em relação ao 4T20.
Já a entrada de pedidos na Unidade de Fundidos e Usinados, no 4T21, apresentou um crescimento de 209,5%, quando comparada ao 4T20, reflexo da continuidade dos pedidos das peças de grande porte para o setor de energia e da retomada de todos os demais segmentos industriais atendidos por essa unidade.
A carteira de pedidos total da companhia, ao final do 4T21, alcançou R$ 795,3 milhões, um crescimento de 55,9% em relação ao 4T20, com destaque para as unidades de negócio de Máquinas Romi e Fundidos e Usinados.
O ano de 2021 da Romi
A entrada de pedidos na Unidade de Máquinas Romi, que no 4T21 permaneceu estável, no total do ano apresentou um crescimento de 45,3% em relação a 2020.
Segundo a companhia, isso é reflexo do ambiente favorável aos investimentos, da tecnologia embarcada dos produtos e das novas alternativas de negócios, como, por exemplo, a locação de máquinas.
Além disso, a entrada de pedidos em 2021 na Unidade Burkhardt+Weber atingiu EUR 28,3 milhões, crescimento de 44,8% em relação ao ano de 2020, reflexo da retomada dos projetos antes paralisados em virtude da pandemia.
Abaixo, confira a tabela com as informações detalhadas do 4T21 e do ano de 2021 da Romi:
A partir da tabela, observa-se que o lucro operacional da empresa, no 4T21, totalizou R$ 74 milhõs e no ano todo foi de R$ 211,5 milhões. Na comparação com 2020, a alta foi de 98%.
"Embora o ambiente ainda apresente incertezas, principalmente, relacionadas à pandemia, a recuperação das atividades industriais iniciada em meados de 2020 continuou ao longo do ano de 2021. A confiança do empresário industrial vem apresentando patamares favoráveis, assim como a desvalorização cambial continua impulsionando o volume de entrada de pedidos na Unidade de Máquinas Romi observado no 4T21 e em 2021. Além das novas gerações de produtos comentadas anteriormente, com evoluções importantes de tecnologia na parte mecatrônica, compensação térmica e conectividade, a Companhia tem buscado alternativas para viabilizar novos negócios aos seus clientes, como a locação de máquinas, por exemplo. Tais iniciativas contribuíram para o bom resultado. Em 2021, foram locadas 165 máquinas, cujos contratos representam R$41,9 milhões. Desde a data de lançamento dessa solução ao mercado, ocorrida em junho de 2020, foram locadas 273 máquinas, cujos contratos representam R$ 65,4 milhões. Tais contratos possuem vigência de 12 até 24 meses", detalha a empresa no relatório.
- Confira o relatório completo de resultados do 4T21.
- Acesse a Central de Resultados da Indústrias Romi.
Sobre a Insústrias Romi
Listada no Novo Mercado da B3, a companhia iniciou suas atividades em 1930 com uma oficina de reparo de automóveis fundada por Américo Emílio Romi, em Santa Bárbara d’Oeste (SP). Hoje, ela é uma empresa cujos produtos e serviços são consumidos no mercado nacional e exportados para todos os continentes.
Atualmente, seus produtos são fornecidos para os mais variados setores da indústria, como aeronáutica, defesa, fabricantes e fornecedoras da cadeia automobilística, bens de consumo em geral, máquinas e implementos agrícolas e máquinas e equipamentos industriais.
O portfólio é composto por:
- Máquinas-ferramenta (máquinas e equipamentos para trabalhar metal por arranque de cavaco), em especial Centros de Torneamento, Tornos CNC, Tornos Convencionais, Centros de Usinagem e Mandrilhadoras.
- Máquinas para Processamento de Plásticos (máquinas e equipamentos para moldar plástico por injeção e por sopro).
- Peças de ferro fundido cinzento e nodular, fornecidas brutas ou usinadas.
A Romi conta com 13 unidades fabris (11 no Brasil e 2 na Alemanha), que ocupam mais de 170 mil m² de área construída, sendo 5 de montagem final de máquinas industriais, 2 fundições, 3 de usinagem de componentes mecânicos, 2 para fabricação de componentes de chapas de aço e 1 planta para montagem de painéis eletrônicos.
A capacidade instalada de produção de máquinas industriais é de aproximadamente 2.900 máquinas/ano e a de fundidos é de aproximadamente 50.000 toneladas/ano.
Exportando desde 1944, a Romi possui uma rede de distribuidores sediados em todos os continentes, além de subsidiárias de comercialização e serviços localizadas nos Estados Unidos, na Itália, na Alemanha, na Inglaterra, na Espanha, na França e no México.
Ações ROMI3
No período que compreendeu o 4T21, ou seja, entre os meses de outubro e dezembro, as ações da companhia registraram uma queda de 6,60% em seu preço. No mesmo período, porém, a título de comparação, o Ibovespa também registrou queda de 7,15%.
Do início de janeiro para cá o cenário já é outro. O Ibovespa também registrou uma recuparação significativa nas últimas semanas e o Romi viu suas ações subirem 8,96%. Atualmente cada uma delas está sendo negociada a R$ 16,80.
Essa valor ainda é distante dos R$ 36,66 a que chegou a ser negociada a empresa em abril de 2021, o maior preço de sua história. Ainda assim, em 5 anos essa cotação atual representa uma alta de 445%.
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