Final de ano é época de retrospectiva e, nesse sentido, vale a pena relembrar que 2022 contou com eventos intensos em economia e finanças.
Em 2022, os assuntos Inflação e Guerra foram os grandes destaques e nunca saíram das manchetes no decorrer do ano. Isso aconteceu no mundo todo, inclusive no Brasil.
Veja abaixo uma breve retrospectiva de 2022 e relembre os fatos que mexeram com seu bolso neste ano.
1. Inflação - ou seria melhor "preço dos combustíveis"?
Os brasileiros sentiram no bolso o real significado de inflação. Em 2022, inclusive, os juros no Brasil bateram um recorde de 1,62%, a maior variação para o mês desde 1994.
Um dos principais aumentos registrados neste ano foi na categoria de alimentos e bebidas, segundo o IBGE. Ou seja, assim como todos perceberam e reclamaram nas redes sociais, ficou muito mais caro ir ao supermercado.
Com o mesmo valor, as sacolas cada vez mais chegavam em casa com menos suprimentos - e ainda chegam.
Outro pesadelo para os brasileiros em 2022 foi a hora de encher o tanque do carro, isso apenas no primeiro semestre do ano, quando a Petrobras anunciou ao todo três reajustes nos preços do litro da gasolina e quatro no valor do diesel.
Vale destacar que esses aumentos nos combustíveis contribuíram bastante para a alta da inflação. É que para calcular a inflação oficial do país (IPCA), o IBGE levanta os preços de centenas de produtos e serviços, e define um peso para cada um deles.
Nessa conta toda, os combustíveis têm uma importância enorme, porque eles estão em tudo: no carro, no transporte público, na cadeia produtiva de muitos produtos e serviços. Por isso, qualquer alteração no preço deles afeta o custo final de muita coisa.
2. Deflação?
A economia brasileira foi uma montanha russa em 2022. Se no primeiro semestre os brasileiros confirmaram o aumento de preços e, consecutivamente, da inflação, no segundo semestre o IBGE divulgou um dado que muita gente não entendeu: deflação.
Acontece que a partir de julho desse ano, por iniciativa do governo federal, o preço dos combustíveis para as refinarias começou a ser reduzido.
Esse movimento colocou a deflação, cenário onde o país registra queda de preços, como personagem principal dessa história - pelo menos por alguns meses. Logo o cenário mudou.
Como os combustíveis começaram a cair no segundo semestre, a inflação geral sentiu e caiu tanto que ficou negativa. Essa inflação negativa se chama deflação.
O Brasil teve três deflações seguidas em 2022. Em julho, os preços caíram 0,68%; em agosto, 0,36% e, em setembro, a deflação foi de 0,29%.
Mas essa queda de preços não foi sentida por todo mundo. Embora os combustíveis tenham uma participação direta ou indireta nos preços de muitos produtos e serviços, eles não conseguem barrar o aumento de tantos outros itens, principalmente dos alimentos. Afinal, existem outros fatores que influenciam o custo do que você paga por aqui.
Por exemplo, mesmo com recuo de 3,37% dos transportes (considerando os combustíveis) segurando a conta, dos nove grupos pesquisados em agosto, sete tiveram aumento de preços no país.
Por não refletir a realidade, logo os combustíveis perderam força. Em outubro, os preços no país voltaram a subir e registraram um aumento de 0,59%. Em novembro, a inflação foi de 0,41%.
3. Crise na economia global
2022 começou com a economia global ameaçada. Já no mês de fevereiro a Rússia invadiu a Ucrânia, materializando um grande conflito de anos, e deu início a uma Guerra que ainda não terminou.
O resultado imediato da invasão na Ucrânia foi um forte aumento - inesperado - de diversos produtos, incluindo o petróleo, pelo mundo. O impacto foi registrado no Brasil.
Para começar, a Rússia é um grande produtor de petróleo, que é a base dos combustíveis. Embora o conflito não esteja acontecendo em solo russo, ele gera muita incerteza no mundo e o preço do barril chegou a ultrapassar os US$ 100 em fevereiro, o maior valor dos últimos sete anos.
Como o petróleo produzido no Brasil segue o preço do mercado internacional, esse aumento chegou até o consumidor brasileiro.
Como se um conflito não bastasse, as maiores economias do mundo, Estados Unidos e China, não estão indo muito bem. Os dois países até conseguiram crescer no terceiro trimestre do ano, mas com algumas ressalvas. Na China, o desemprego está em alta e as exportações em baixa. Nos Estados Unidos, a inflação afeta a renda das famílias e já ultrapassou os 8% em um ano.
Esses movimentos podem fazer a economia desses países desacelerar - o que não é bom para ninguém e nem para o Brasil. Qualquer desequilíbrio mexe com a inflação e com os juros.
4. Taxa de juros do Brasil - Selic
Após ficar em 2% ao ano em 2020, menor patamar histórico, a taxa de juros do Brasil (Taxa Selic) subiu para mais de dois dígitos e, em 2022, seguiu em 13,75% desde agosto. E não subiu mais.
Desde então, o Banco Central manteve a Selic em 13,75% e já sinalizou que ela poderá ficar assim por muitos meses. Essa manutenção vem depois de quase dois anos de alta: foram 12 aumentos seguidos desde o início de 2020.
Se para quem precisa pegar algum empréstimo ou pagar o financiamento da casa essa alta deixou tudo mais caro, para quem conseguiu ter um dinheirinho a mais para investir 2022 foi o ano da renda fixa.
5. Renda Fixa rendendo mais
Os investidores brasileiros sentiram a renda fixa rendendo mais em 2022, como resultado da escalada da taxa selic que veio para dois dígitos. Além disso, os ativos ligados à inflação também foram destaques.
Com o aumento dos juros, esses investimentos voltaram a ficar mais atrativos em 2022. Até setembro, o Tesouro Direto havia ultrapassado a marca de 2 milhões de brasileiros com dinheiro investido em títulos públicos - um aumento de 15% desde janeiro. Já o número de CPFs na Bolsa cresceu menos, quase 4,7% de janeiro a junho de 2022, segundo dados da B3.
Com informações, Blog Nubank.
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