O banco Santander, listado na bolsa de valores brasileira com as ações SANB3/SANB4 e units SANB11, registrou lucro líquido gerencial de R$ 12,9 bilhões em 2022, sendo uma queda de 21,1% em relação ao balanço de 2021. Na mesma comparação anual, a Rentabilidade (ROAE) foi de 16,3%.
Os resultados foram divulgados na manhã desta quinta-feira, 2 de fevereiro, antes da abertura do mercado, junto à temporada das empresas da B3.
Segundo o banco, a queda no lucro foi reflexo de uma estratégia de antecipação de ciclos de crédito implementada ainda no 4º trimestre de 2021, com maior seletividade do crédito que resulta em uma pressão nas receitas combinada ainda à deterioração do custo de crédito, além do impacto do evento subsequente no segmento do Atacado.
"A capacidade de antecipar tendências que desenvolvemos ao longo do tempo, combinada com uma gestão que busca nos posicionar com uma visão de longo prazo por meio dos ciclos de crédito, pode ser observada na comparação da performance dos nossos indicadores de inadimplência em relação ao mercado", explica o CFO do Santander Brasil, Angel Santodomingo.
"Nesse contexto, iniciamos um processo de ajuste em nossa operação a partir do 4T21. Buscamos nos posicionar de modo adequado frente a um cenário macroeconômico que se mostrava mais desafiador, com potenciais impactos nas dinâmicas de crédito. Desde então, aplicamos maior seletividade na concessão e temos observado a materialização da deterioração das condições de crédito, em linha com o esperado para esta etapa transitória deste ciclo de crédito", conclui o CFO.
Santander (SANB11) divulga resultados do 4T22; veja os destaques
Segundo o relatório, o Santander teve lucro líquido de R$ 1,689 bilhão no quarto trimestre de 2022, entre outubro a dezembro, o que representa retração de 45,9% frente ao trimestre anterior.
A margem financeira bruta do Santander alcançou R$ 51,827 bilhões em 2022, apresentando queda de 6,8% em doze meses, refletindo, segundo o banco, menores resultados com margem de mercado, dada à sensibilidade negativa ao aumento da taxa de juros.
Na comparação trimestral, houve queda de 0,6%, em meio a margem com clientes impactada por maior seletividade na concessão de crédito e mix de produtos, consta no balanço.
Destaque positivo para as receitas oriundas das operações com clientes que aumentaram 22,4% no ano, apresentando bom desempenho da margem com produtos, em decorrência de maiores volumes e mix de produtos no crédito, e de spreads em captações, que acompanharam o movimento da taxa de juros.
Além disso, as receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias totalizaram R$ 19,308 bilhões em 2022, com destaque para o próprio 4T22, acima de R$ 5,0 bilhões, sendo que a maior transacionalidade minimizou o impacto do menor volume de crédito. Segundo o banco, esse incremento anual de 2,3% foi influenciado por maiores receitas de cartões e corretagem e colocação de títulos.
As receitas com cartões atingiram R$ 5,510 bilhões no ano, com aumento anual de 10,6%, refletindo o maior faturamento. No trimestre, houve crescimento de 7,2%, em função de maiores volumes de faturamento, dado o efeito sazonal de vendas de final de ano. Enquanto as receitas de serviços de conta corrente totalizaram R$ 3,828 bilhões no ano, praticamente estáveis em doze e em três meses.
As despesas gerais do Santander atingiram R$ 22,706 bilhões em 2022, uma alta de 7,0% no ano, em linha com a inflação. Além disso, em três meses as despesas aumentaram 6,3%, influenciadas pelo dissídio de setembro de 2022, explica o banco.
Créditos no Santander
O resultado de créditos de liquidação duvidosa totalizou R$ 23,930 bilhões em 2022, aumento de 72,7% no ano e 18,6% no trimestre. O Santander afirma que o resultado é devido ao aumento no segmento pessoa física e provisionamento decorrente de um evento subsequente no segmento do Atacado.
A carteira de crédito do Santander totalizava R$ 489.687 bilhões em dezembro de 2022, aumento anual de 5,8% (ou 6,5% desconsiderando o efeito da variação cambial), com todos os segmentos apresentando crescimento no período.
A alta na certeira foi de 8,4% na modalidade pessoa física, 7,5% em pequenas e médias empresas, 2,9% em grandes empresas e 1,8% em financiamento ao consumo.
Segundo o Santander, as originações a partir de janeiro de 2022 vem apresentando um perfil mais adequado e já representam 48% de participação da carteira total.
Na comparação trimestral, a carteira de crédito cresceu 1,1% (ou 1,4% desconsiderando o efeito da variação cambial), com destaque para o crescimento da carteira de pessoa física de 2,7%.
O crédito à pessoa física totalizou R$ 226,302 milhões em dezembro de 2022, alta de 8,4% na comparação ao mesmo período de 2021, com crescimento em todos os produtos, mas se destacando o crédito consignado (11,9%), crédito pessoal/outros (11,6%), crédito imobiliário (6,2%) e cartão de crédito (4,5%).
Em dezembro de 2022, as carteiras classificadas como "AA a A" somaram 71,2%, sendo uma queda de 1,89 p.p. frente a dezembro de 2021. Enquanto as faixas "B a D", apresentaram redução de 0,81 p.p. no mesmo periodo. De outro lado, nas faixas "E a H", houve crescimento de 2,70 p.p., impactado por um evento subsequente.
O índice de inadimplência superior a 90 dias atingiu 3,1% no trimestre, com crescimento de 0,39 ponto percentual em doze meses e 0,06 p.p. no trimestre. Segundo o banco, esses indicadores seguem controlados e em linha com o ciclo normal dos negócios.
As novas safras (a partir do 1T22) apresentam maior qualidade, atingindo índice de 2,3%, sendo 1,5 ponto percentual menor que o indicador das safras antigas.
- Veja a íntegra do relatório de resultados do Santander (SANB11)
Dividendos do Santander
Em 2022, o Santander realizou a distribuição de dividendos e JCP no montante de R$ 8,100 bilhões, segundo o relatório divulgado.
Além disso, no dia 19 de janeiro de 2023 foi aprovada a distribuição de JCP, relativos ao ano fiscal de 2023, no valor de R$ 1,7 bilhão, com pagamento a partir de 06 de março de 2023 baseado nos registros de acionistas do dia 26 de janeiro de 2023 (data-com).
Cotação do Santander na Bolsa de Valores - SANB3, SANB4 e SANB11
As units SANB11 do Santander abriram o pregão desta quinta-feira, 2 de fevereiro, dia de divulgação dos resultados trimestrais, com alta de 1,90% até às 11h28min e cotação de R$ 27,87.
O Santander Brasil possui um free float de 9,52% e está listado atualmente no nível tradicional da Bolsa de Valores do Brasil (B3), sendo representado pelas ações ordinárias (SANB3), ações preferenciais (SANB4) e units (SANB11).
Lembrando que cada unit do Santander é composta por uma ação ordinária e uma ação preferencial.
Além disso, o banco tabém possui ações negociadas na Bolsa de Nova Iorque (NYSE) sob o código BSBR, cuja cotação é de US$ 5,40 neste momento.
Quanto o Santander lucrou em 2022?
Santander (SANB3/SANB4/SANB11) teve lucro líquido gerencial de R$ 12,9 bilhões em 2022, sendo uma queda de 21,1% em relação ao balanço de 2021.
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