A 6ª reunião de 2022 do Comitê de Política Monetária (Copom) foi realizada nos dias 20 e 21 de setembro e ao término do encontro o colegiado decidiu manter a Taxa Selic em 13,75% ao ano, confirmando a expectativa que havia por uma estabilização da taxa básica de juros da economia brasileira.
A Selic vinha subindo desde o início de 2021, quando estava em 2%, menor patamar de sua história. De lá pra cá foram 12 altas consecutivas e 11,75 pontos percentuais a mais. O último ajuste, em agosto desse ano, foi de 0,5 p.p, porém, em alguns encontros a elevação chegou a ser de 1 p.p.
E como é natural sempre que há uma elevação, queda, ou mesmo uma manutenção da Taxa Selic, há impactos que podem ser sentidos pelos brasileiros e especialmente pelos investidores.
Para alguns especialistas, por exemplo, as taxas de títulos públicos de longo prazo, que estão atrelados à inflação e também à Selic - direta ou indiretamente -, estão atrativas. Mas será que isso vai mudar? E será que é o momento de investir nelas? Ou esse momento já passou?
Não há como saber exatamente o que vai acontecer daqui pra frente. Prever novas altas ou baixas e investir já de olho nisso é uma missão que nem especialistas conseguem às vezes, mas eles podem ajudar a apontar caminhos mais ou menos prováveis.
Pensando nisso, a gente traz aqui no Poupar Dinheiro algumas orientações. Confira abaixo.
Selic: haverá uma estabilização?
A estimativa é que de os juros parem de aumentar. A previsão do mercado, inclusive, é de que a Selic fique mais ou menos nesses 13,75% atuais e o próprio Copom também disse isso nas últimas reuniões.
Já para os próximos anos, existe a perspectiva de que ela começe a cair novamente. E assim, na prática, por conta da chamada "marcação a mercado" dos papéis, alguns especialistas acreditam que eles podem valorizar.
Onde investir então?
De acordo com o especialista em renda fixa da Blue3, Nicolas Giacometti, os preços dos títulos de prazo mais longo são mais sensíveis ao risco. Por isso, eles variam com maior intensidade. Dessa forma, é possível achar neles, boas chances de ganhos de capital em saídas antecipadas, antes do vencimento dos papéis.
Em suma, os juros ofertados por um título de renda fixa têm uma relação inversa com o seu preço de negociação pelos investidores. Quando as taxas diminuem, o seu valor tende a aumentar. O contrário também é verídico.
Mudança de estratégia
Nesse caso, os papéis com vencimentos mais longos, como 2060, podem ser ótimas opções para uma alocação com esse objetivo, explica Giacometti. Como esse tipo de vencimento não está disponível no Tesouro Direto, uma alternativa é alocar no Tesouro IPCA + 2055, por exemplo.
Além disso, é possível aplicar no título com o vencimento em 2035. No mesmo, a relação risco e retorno parece atraente. Na última segunda-feira (27), por exemplo, o papel ofertava juro real de 5,78% ao ano.
Em suma, essa estratégia representa uma alteração para os investidores. É dito isso, pois recentemente, as recomendações de grandes casas de análise giravam em torno de títulos atrelados à inflação de curto prazo, caso do Tesouro IPCA + 2026. O grande ponto, era evitar os papéis que ofertassem risco maior, diante de um cenário nebuloso para os juros.
Tesouro Direto hoje
Para quem não sabe, o Tesouro Direto é um título público emitido pelo Tesouro Nacional e funciona como um tipo de empréstimo que o governo faz com a população. Sim, isso mesmo, é possível emprestar o seu dinheiro ao governo federal através de um investimento no Tesouro Direto. Depois, você recebe o valor investido com juros na data de vencimento, que é definida quando você faz a compra do título.
A remuneração dessas aplicações pode ser prefixada, pós-fixada ou híbrida, ou seja, existem várias opções de títulos e alguns deles permitem que você saiba exatamente quanto vai ganhar no momento de fazer o resgate, mas há outros que deixam esse retorno em aberto, a depender de outros fatores como a inflação ou Taxa Selic. Vamos ver mais abaixo os detalhes sobre cada um deles.
Por enquanto, é interessante que você saiba que, esse é um tipo de investimento muito fácil de ser feito e, que por ser emitido pelo governo federal, ele possui riscos baixíssimos, afinal, as chances de um governo quebrar totalmente e ficar em dívida com você são muito, muito difíceis.
Além disso, com um valor baixo é possível começar a investir. Atualmente, por exemplo, a partir de cerca de R$ 30 já é possível fazer uma aplicação nessa renda fixa. Bom, né?
Modalidades do Tesouro Direto
Como dito acima, existem diferentes modalidades de títulos e cada uma delas possui características específicas. Abaixo vamos apresentar cada um deles. Lembramos que é importante você conhecer as alternativas para que possa escolher aquela que mais se assemelha aos seus objetivos de investimento.
Tesouro Prefixado
Esta modalidade é dividida em dois títulos:
- Tesouro Prefixado; e
- Tesouro Prefixado com Juros Semestrais.
A taxa de rentabilidade atual desta modalidade varia de 12,51% a 12,70% ao ano, dependendo do período de tempo que você pretende deixá-lo à disposição do governo, ou seja, se você quer deixá-lo apenas até 2025, o rendimento é de 12,55% ao ano e se puder deixá-lo até 2029, receberá 12,51% ao ano. Agora, se você puder deixar esse valor até 2033, além de receber um rendimento de 12,70% ao ano também terá direito a juros semestrais.
Tesouro Pós-fixado, atrelado à inflação (IPCA)
Outra modalidade disponível é o Tesouro IPCA, que é pós-fixado, atrelado ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país. Esse título é chamado de pós-fixado pois o investidor não sabe exatamente quanto ele irá ganhar, já que isso depende de quanto será a inflação do país no período do investimento.
Atualmente, existem seis opções de Tesouro IPCA e eles oferecem rentabilidades variadas que vão de IPCA + 5,59% ao ano até IPCA + 5,83% ao ano. Ou seja, o investidor receberá a inflação + o valor da rentabilidade pré-fixada. Então, na verdade esse é um tipo de título híbrido.
Tesouro Selic
E a terceira modalidade de investimentos no Tesouro Direto é o Tesouro Selic, que como o nome já dá a entender, está atrelado à Taxa Selic. De todos, como também é possível imaginar, essa é a aplicação mais afetada pelas recentes elevações da taxa básica de juros do Brasil.
Existem hoje duas opções de título no Tesouro Selic: o Tesouro Selic 2025 e o Tesouro Selic 2027. Seus rendimentos serão SELIC + 0,1176% e SELIC + 0,1741% ao ano, respectivamente. Isso significa que, assim como o Tesouro IPCA depende da variação do IPCA, o Tesouro Selic depende da variação da Selic. Atualmente a Taxa Selic está e 13,75% ao ano.
A Selic vai parar de subir?
Para uma parte do mercado, o ciclo de elevação da Taxa Selic, que atualmente está em 13,75% ao ano, deve parar de aumentar. Isso se confirmou na última reunião, de setembro, quando a taxa foi mantida no mesmo patamar. Diante disso, na visão de alguns especialistas, as taxas títulos públicos de longo prazo, atrelados à inflação, estão atrativas.
Se a Selic estabilizar, onde é melhor investir?
Por conta da chamada "marcação a mercado" dos papéis, alguns especialistas acreditam que eles podem valorizar. Nesse caso, os papéis com vencimentos mais longos, como 2060, podem ser ótimas opções para uma alocação com esse objetivo. Além disso, é possível aplicar no título com o vencimento em 2035.
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