A partir do dia 1º de abril, os servidores do Banco Central devem entrar em greve por tempo indeterminado. O que motiva a manifestação é um pedido por reajuste salarial e reestruturação de carreira.
A decisão foi aprovada em assembleia na última segunda-feira, dia 28, com o apoio de mais de 90% dos 1.300 servidores da ativa que participaram da deliberação, de acordo com o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal). A autoridade monetária ainda não falou sobre o assunto.
E assim, a greve acende o alerta do Palácio do Planalto. De acordo com fontes ouvidas pela Folha, há um temor de que essa paralisação comprometa a atividade do Banco Central (BC), em especial no que diz respeito às operações de câmbio e o Pix.
Ademais, outras categorias, como os auditores do Tesouro Nacional e analistas de planejamento e orçamento, farão assembleia nesta terça-feira (29), para decidir sobre uma possível greve.
Por que vai acontecer a greve?
Em suma, a pressão iniciou depois que o presidente Jair Bolsonaro (PL) falar sobre reajustes aos policiais federais, categoria que compõe a sua base de apoio. Entretanto a equipe econômica diz que contemplar um grupo pode deflagrar uma crise mais séria, por conta da pressão dos demais pelo mesmo tratamento.
Ademais, os integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) já alertaram o time do ministro da Economia, Paulo Guedes, para o risco de outras carreiras solicitarem na Justiça os aumentos. O cenário é delicado, porém a avaliação na ala política é que o governo tem até 3 de julho para liberar um tipo de aumento para certa categoria, ou reajuste linear que fique abaixo da inflação.
Sem uma proposta oficial do governo, os funcionários do BC votaram pela greve. Os servidores já vinham fazendo paralisações diárias das 14h às 18h desde o dia 17 de março e atuando em operação-padrão. Por fim, vale ressaltar que a categoria pede um aumento de salário de 26,3%.
Quais os impactos dessa paralisação?
Em suma, o Sistema de Valores a Receber é um dos serviços que podem ser prejudicados com a greve dos servidores. Na última segunda-feira (28), o BC iniciou uma nova repescagem de pagamento do dinheiro esquecido nos bancos para todos os públicos. O cronograma, que vai até o dia 16 de abril, vale para as pessoas e empresas que ainda não realizaram a retirada nesta 1ª etapa de saques.
Além disso, o BC disse que as notas econômico-financeiras relativas a fevereiro, não serão divulgadas ao longo desta semana, como previsto. Exemplo disso, são as estatísticas do setor externo, e as estatísticas monetárias, de crédito e as fiscais.
Ademais, a mobilização dos servidores do BC leva a diversos atrasos na rotina da autoridade monetária, em especial na divulgação de indicadores. Enquanto isso, a publicação da pesquisa Focus, com as estimativas dos economistas sobre inflação, PIB e outros dados, foi impactada pela segunda semana consecutiva.
Ao mesmo tempo, houve atraso na publicação dos dados do fluxo cambial, do resultado do questionário pré-Copom e da apuração da taxa ptax (taxa de câmbio) diária. Também ocorreram interrupções no monitoramento preventivo do Pix e do SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro).
Por que vai acontecer a greve dos servidores do Banco Central?
A pressão iniciou depois que o presidente Jair Bolsonaro (PL) falar sobre reajustes aos policiais federais, categoria que compõe a sua base de apoio. Entretanto a equipe econômica diz que contemplar um grupo pode deflagrar uma crise mais séria, por conta da pressão dos demais pelo mesmo tratamento.
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