Servidores do INSS entraram em greve e a paralisação suspendeu o atendimento presencial em várias cidades. Vinte estados já aderiram ao movimento. A expectativa da Fenasps (Federação Nacional dos Servidores da Previdência Social) é que esse número aumente.
De acordo com as entidades sindicais, os servidores não faziam greve há 5 anos, mas as condições de trabalho ficaram insustentáveis. Moacir Lopes, diretor da Fenasps, destacou quais as reivindicações da categoria.
Moacir adiantou que nesta semana deve haver uma reunião dos trabalhadores com a presidência do INSS para tentar um acordo. A equipe de reportagem da Agência Brasil tentou contato com o Instituto, mas não conseguiu retorno até o fechamento desta edição.
A Fenasps, entretanto, segue divulgando notas que trazem informações sobre a Greve, confira abaixo.
Fenasps: Ao menos 23 unidades da Federação estão aderiram à Greve do INSS
Segundo dados atualizados da Fenasps, servidores do INSS de dois estados entraram em greve na segunda-feira, 28 de março. Assim, o total de unidades federativas no movimento é 23, sendo 22 estados e o Distrito Federal (DF).
Além disso, são pelo menos três estados ainda com greve no Ministério do Trabalho, sendo eles Espírito Santo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Nos demais estados (Amazonas, Paraíba, Rio de Janeiro e Roraima), quanto à greve do INSS, os sindicatos encontram-se em reuniões. No Rio de Janeiro, por exemplo, há assembleias presenciais e virtuais agendadas para quarta-feira, 30. Segundo o levantamento feito pelo Comando Nacional de Greve (CNG) da Fenasps, até este momento os estados que aderiram à Greve do INSS 2022 são os seguintes:
- Acre (AC);
- Amapá (AP);
- Alagoas (AL);
- Bahia (BA);
- Ceará (CE);
- Espírito Santo (ES);
- Goiás (GO);
- Tocantins (TO);
- Maranhão (MA);
- Minas Gerais (MG);
- Mato Grosso (MT);
- Mato Grosso do Sul (MS);
- Pará (PA);
- Pernambuco (PE);
- Paraná (PR);
- Piauí (PI);
- Rio Grande do Norte (RN);
- Rio Grande do Sul (RS);
- Rondônia (RO);
- Santa Catarina (SC);
- São Paulo (SP);
- Sergipe (SE);
- Distrito Federal (DF).
Segundo o Fenasps, trabalhadores do INSS seguem realizando atos em todo o país, desde semana passada (23 de março), por meio de piquetes de greve em frente a Agências da Previdência Social (APS) e atos nas Superintendências do INSS.
Reajuste salarial de 19,9% e melhores condições de trabalho
Dentre as reinvidicações anunciadas, os servidores do INSS solicitam um reajuste salarial de 19,9% - movimento visto na maioria dos estados do país.
Segundo o Sinsprev/SP, em 25 de março, apesar de não terem sido recebidos, alguns servidores grevistas do INSS ocuparam a Superintendência do INSS para denunciar que "em muitas gerências" o "Sindicato está sendo proibido de realizar reuniões com os servidores e faixas estão sendo arrancadas".
No momento, o Sinsprev/SP tratou ainda de apresentar as questões da pauta, onde são exigidas melhores condições de trabalho, concurso público para contratação de mais profissionais e metas condizentes com a realidade.
- Confira a manifestação dos grevistas do INSS pelo Sinsprev/SP.
Fenasps colhe dados de saúde dos trabalhadores do INSS
Desde o dia 15 de dezembro de 2021, a Fenasps colhe dados para a pesquisa "Saúde dos(as) trabalhadores(as) no INSS a partir das alterações no processo de trabalho com a ampliação do uso das tecnologias informacionais".
Segundo a federação, o prazo para participar da pesquisa, por preenchimento de formulário pelo trabalhador, se encerraria nesta segunda-feira, 21 de março de 2022. Mas, devido à procura, a Fenasps resolveu prorrogar o prazo até o dia 2 de maio desse ano.
Hoje o INSS, que é uma autarquia do Governo Federal, possui um déficit de pessoal muito grande: a vacância acumulada nos últimos anos chega a 20 mil servidores. Para resolver o problema, que sobrecarega os profissionais e traz demora aos serviços prestados, foi instalado um programa de digitalização dos procedimentos, o que, entretanto, parece não ter trazido resultados satisfatórios - somado a outros fatores -, segundo os representantes.
Segundo a Fenasps, os trabalhadores da autarquia são submetidos a metas quantitativas de produtividade, programas de gestão, além da imposição das novas modalidades de trabalho (teletrabalho e semipresencial), o que tem feito acumular denúncias aos sindicatos estaduais e à própria Federação relatando esgotamento físico e mental, jornadas extenuantes de trabalho, intensificação do trabalho e assédio moral.
"Em 2019, com base em dados do próprio INSS, foi constatado que cerca de 64% dos(as) trabalhadores(as) no INSS se afastaram do trabalho por motivo de adoecimento, informação alarmante sobre as condições de trabalho na autarquia. Vale destacar que a precarização do trabalho dos(as) servidores(as) traz rebatimentos diretos na qualidade do trabalho prestado à população.", disse a Fenasp.
Com informações de Agência Brasil e Fenasps.
Quando a Greve do INSS começou?
Iniciou em 23 de março de 2022 e segue com cada vez mais estados aderindo ao movimento. A ideia é uma paralização geral.
O que os servidores do INSS querem?
As principais reinvindicações são reajuste salarial de 19,9%, realização de concurso público e metas de produtividade menos agressivas.
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