A operadora de telecomunicações TIM (TIMS3) registrou lucro líquido de R$ 681 milhões no segundo trimestre deste ano, aumento de 154,7% sobre igual período de 2020. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 2,101 bilhões, alta de 5,9% na mesma base de comparação.
Os dados são do relatório de resultados trimestrais apresentado nessa segunda-feira, dia 26 de julho, após o fechamento do mercado. De acordo com o documento, disponibilizado no site de Relações com Investidores, a receita líquida totalizou R$ 4,407 bilhões, avanço de 10,5% sobre igual período do ano anterior.
Segundo a empresa, o indicador confirma a trajetória de recuperação observada desde o terceiro trimestre de 2020. "Esse cenário é justificado por melhorias operacionais e pelo avanço da recuperação econômica do país, mesmo após a segunda onda de contaminação entre os meses de março e abril, e é confirmado por um crescimento de 1,5% versus o primeiro trimestre. Também contribuiu para um crescimento mais forte uma base comparativa menor, uma vez que os principias impactos da pandemia de covid-19 ocorreram durante o segundo trimestre de 2020, ainda na primeira onda", explicou a TIM.
Receita líquida por setor
A receita líquida de serviços, por sua vez, avançou 8,7% na comparação anual, para R$ 4,266 bilhões. "Todos os componentes de serviços contribuíram positivamente para essa aceleração", diz a companhia. A receita de serviço móvel cresceu 8,5% para R$ 3,983 bilhões, enquanto a de serviço fixo avançou 11,1%, para R$ 283 milhões.
Já a receita líquida de produtos voltou a crescer e registrou ganho de 130,5% no segundo trimestre e avanço de 26,2% em relação ao primeiro trimestre, para R$ 141 milhões. Essa linha, segundo a Tim, foi fortemente afetada durante a pandemia devido ao fechamento de pontos de venda e redução da circulação de pessoas. Apesar da melhora, cerca de 30% das lojas próprias e revendas ainda foram impactadas por "lockdowns" em junho/21.
A receita média mensal por usuário (ARPU) continua sendo o motor de crescimento do segmento móvel. O indicador consolidado do móvel registrou expansão de 10,3% na comparação anual e atingiu R$ 25,8, "refletindo o êxito da Tim no processo contínuo de monetizar sua base de clientes através das migrações para planos de maior valor tanto no pré-pago quanto no pós-pago", disse a operadora.
Enquanto isso, o resultado financeiro líquido da operadora ficou negativo em R$ 36 milhões, uma melhora em relação ao resultado financeiro negativo de R$ 268 milhões do segundo trimestre de 2020.
Dívidas
A dívida bruta do segundo trimestre ficou em R$ 12,307 bilhões, incremento de R$ 1,950 bilhão em um ano. O saldo atual inclui o reconhecimento de leasing no valor total de R$ 8,186 bilhões (relacionado à venda de torres, projeto LT Amazonas e contratos de arrendamento com prazos superiores a 12 meses, conforme estabelecido pelo IFRS 16); dívida bancária no montante de R$ 4,226 bilhões e a posição de derivativos de hedge no valor de R$ 104 milhões (reduzindo a dívida bruta).
Já a dívida líquida totalizou R$ 5,183 bilhões, redução de R$ 1,874 milhões comparada ao mesmo período do ano anterior, quando a dívida líquida foi de R$ 7,057 bilhões. De acordo com a operadora, esta queda é explicada por uma geração de caixa mais forte durante o primeiro semestre de 2021. A relação Dívida Líquida/Ebitda ficou em 0,60x no trimestre.
Despesas operacionais
Os Custos e Despesas Operacionais reportados totalizaram R$ 2.320 milhões no 2T21, uma alta de 15,8% na comparação anual. Segundo a Tim, neste trimestre, essa linha foi impactada por despesas não recorrentes - no valor de R$ 13,7 milhões, referente a serviços jurídicos e administrativos especializados associados aos projetos de aquisição/reestruturação dos ativos da Oi e FiberCo.
"Esta performance reflete o retorno de custos variáveis e fixos associados à retomada mais intensa das atividades comerciais, principalmente nas linhas de Comercialização e Custo de Mercadorias Vendidas, sobretudo considerando a base de comparação, já que o 2T20 foi o trimestre mais impactado pela redução da atividade econômica em meio a pandemia", destacou a empresa.
Ebitda
O Ebitda Normalizado do 2T21 totalizou R$ 2.101 milhões, registrando um aumento de
5,9% na comparação ano a ano. As principais alavancas para este desempenho foram:
- o sólido crescimento da Receita de Serviços Móveis, com contribuições positivas tanto no Pré-Pago quanto no Pós-Pago; e
- a manutenção do crescimento da Receita de Serviços Fixos, refletindo o desempenho consistente da TIM Live.
'Com o resultado do 2T21, a TIM registra 20 trimestres com crescimento positivo de Ebitda, demonstrando a consistência de sua estratégia e o compromisso com a rentabilidade do negócio", disse a companhia no relatório.
A Margem Ebitda Normalizada atingiu 47,7%, o que se traduz em uma retração de 2,1 p.p. em comparação com o 2T20. Esta performance foi influenciada pelo atual momento de reabertura da economia, no qual os custos fixos e variáveis da operação foram, em sua maioria, retomados com a retomada gradual das atividades comerciais ao longo do trimestre, após novas medidas de isolamento social aplicadas em algumas regiões do país.
No 6M21, o EBITDA Normalizado cresceu 5,2% e a Margem Ebitda Normalizada
alcançou 47,1% (-0,6 p.p.), em função, principalmente, dos motivos explicados acima.
Vendas
Elas tiveram resultado positivo, alcançando alta de 28% nas vendas de pós-pago, 5% nas vendas de planos controle e 19 p.p a mais nas recargas digitais, na comparação com o segundo trimestre de 2020. A Tim acredita que esse resultado se deva a uma simplificação no autoatendimento, que potencializou os canais de venda digitais.
Os mecanismos digitais para entrega de faturas, consulta de saldo, realização de recargas (por meio do WhatsApp, por exemplo) e recebimento de valores também impactou.
Evolução contínua da infraestrutura
Entre os destaque no que se refere a infraestrutura da Tim estão:
- Liderança em cobertura 4G, atingindo 4.277 mil cidades, com destaque também para evolução sob a frequência de 700MHz que passou a cobrir 3.608 cidades;
- Disponibilidade da tecnologia VoLTE, presente em 4.262 mil cidades, melhorando a experiência de voz dos usuários;
- Expansão da cobertura 4.5G para 1.493 cidades no 2T21;
- Aceleração da expansão do FTTH com 3,8 milhões de homes passed e presença em 28 municípios mais 7 regiões administrativas do Distrito Federal ao final de junho.
Ações da Tim sobem na bolsa
Após a divulgação desses resultados, as ações da Tim (TIMS3) passaram por uma disparada na bolsa, na manhã dessa terça-feira, dia 27 de julho, seguida por uma leve queda e estabilização.
No fim das atividades do dia de ontem, dia 26, cada uma de suas ações estava custando R$ 11,52 e na manhã de hoje chegaram a R$ 11,89 em uma alta de mais de 3%. No início da tarde de hoje elas estavam girando em torno dos R$ 11,60.
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