Falar sobre dívidas não costuma ser agradável. Afinal, pagar as contas em atraso pode gerar uma dívida em bola de neve, e a consequência é ter o nome negativado, acarretando transtornos financeiros e, muitas vezes, até psicológicos.
Segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a inadimplência é a realidade de mais de 60 milhões de brasileiros. Ou seja, a cada 10 brasileiros acima de 18 anos, 4 estavam negativados em abril de 2022.
Com inflação em alta e com o orçamento pressionado, 30,2% da renda é comprometida com o pagamento de dívidas. As contas atrasadas tiveram o maior aumento mensal desde março de 2020, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgados em abril de 2022.
E um dos maiores problemas é que a dívida principal está no cartão de crédito. Cerca de 88,8% das famílias possuem alguma dívida nele, que, vale lembrar possui um dos juros mais altos.
Nesses casos, diante desse cenário, vale a pena pedir empréstimo para quitar dívidas? Veja a seguir se essa é a melhor saída para você.
O que analisar antes de contratar um empréstimo para quitar dívidas?
O empréstimo até pode ser uma saída. Contudo, é necessário estudar com cuidado a proposta oferecida. Por isso é importante planejar e colocar todos os gastos na ponta do papel.
Caso você não consiga um acordo favorável para quitar a dívida, contrair um empréstimo para pagar as contas pode ser vantajoso, em casos em que a dívida tenha taxas de juros elevadas.
Então, antes de pedir um empréstimo, vale verificar se uma organização no orçamento atual, ou até o corte de gastos, por exemplo, não podem ser suficientes para colocar as contas em dia, evitando uma dívida e comprometendo a renda.
Mas se não houver mesmo alternativa, então o caminho é analisar o seguinte:
1. Juros (da dívida e do empréstimo)
O primeiro passo é analisar os juros de crédito solicitados. Em seguida, analise os juros dos débitos que você deseja pagar e observe qual deles tem a menor taxa de juros.
Exemplo: Ao atrasar o pagamento do cartão de crédito, os juros podem chegar a 323% ao ano. Entretanto, neste contexto, pedir um empréstimo a juros menores compensa. Em outras palavras, só vale a pena pedir um empréstimo para pagar as suas dívidas se os juros cobrados desse crédito forem inferiores aos juros da sua dívida atual. Para ter certeza, verifique as opções de empréstimo disponíveis com o seu banco e simule o valor que você precisa para compreender quanto de juros vai ser cobrado.
2. Nome negativado
Ter o nome registrado nos órgãos de proteção ao crédito atrapalha e pode impedir de ter acesso a financiamentos e outros serviços financeiros. Entretanto, se você deseja regularizar o nome, a opção de contratar crédito para pagar essas dívidas pode ser um bom negócio.
Considere um empréstimo para negativados. Os empréstimos mais comuns para quem está com o nome negativado são: microcrédito, empréstimo consignado, penhor de bens como garantia.
3. Desconto ao quitar o débito
Pode ser um bom negócio pegar um empréstimo e aproveitar que as instituições financeiras estão dispostas a negociar e facilitar algum desconto, caso pague toda a dívida, ou antecipe o pagamento. Mas considere avaliar com atenção se compensa os valores dos juros do contrato de empréstimo.
4. Tempo de endividamento
Em alguns casos, pedir um empréstimo contribui para diminuir o tempo de endividamento, o tempo que você vai permanecer com uma dívida ativa. Nos casos de dívidas que contenham muitas parcelas, o crédito auxilia na antecipação desses pagamentos e contribui para quitar o débito antes do prazo determinado.
Exemplo: Uma dívida que tem 24 parcelas, você pode contratar um empréstimo para quitar a dívida em 12 meses.
Mas vale lembrar que as parcelas precisam estar dentro do seu orçamento mensal.
5. Planejamento para não se endividar de novo
Se você considera os pontos acima e necessita pegar um empréstimo, faça um planejamento financeiro e evite viver essa mesma situação no futuro.
Tente não contratar um empréstimo maior do que realmente precisa. Segundo os especialistas em finanças, não é aconselhável comprometer mais do que 30% da sua renda para pagar as suas dívidas, incluindo outros empréstimos que talvez você possua. Por fim, evite pegar mais de um empréstimo ao mesmo tempo. Procure concentrar as suas dívidas em um só lugar, pois pode facilitar a organização financeira.
Cuidados na hora de contratar um empréstimo
Preste atenção em alguns pontos na hora de considerar fazer um empréstimo.
Orçamento pessoal
Fique atento aos seus ganhos e gastos, pois a parcela do empréstimo deve caber no seu orçamento mensal. É importante ter organização financeira para não perder o rumo do controle financeiro, do que entra ou sai da sua conta.
Anote tudo
Procure as melhores condições de empréstimos. Caderno de anotações, planilhas e alguns aplicativos de organização financeira podem ajudar na hora comparar as taxas de juros, condições de pagamento e prazos, por exemplo.
Simule
Sempre que puder, use essa ferramenta todas as vezes que necessário, até encontrar o melhor empréstimo. No simulador, você verá o valor da taxa de juros cobrado, os valores das parcelas, datas para pagamento e escolhe o número de parcelas.
O que analisar antes de contratar um empréstimo para quitar dívidas?
O empréstimo até pode ser uma saída. Contudo, é necessário estudar com cuidado a proposta ofertada. Por isso é importante planejar e colocar todos os gastos na ponta do papel. Caso você não consiga um acordo favorável para quitar a dívida, contrair um empréstimo pode ser vantajoso, em casos em que a dívida tenha taxas de juros elevadas.
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