Vale (VALE3) reporta lucro de R$ 23 bilhões no 1T22; queda de 27%

A mineradora Vale (VALE3) teve um lucro líquido de R$ 23,046 bilhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), uma queda de 27,4% em relação ao mesmo período de 2021. O resultado financeiro da mineradora foi divulgado na noite de quarta-feira, 27 de abril, em meio à temporada das empresas da Bolsa de Valores.

Segundo o relatório, o lucro líquido da Vale no 1T22, em reais, ficou ainda 23% abaixo do trimestre anterior - quarto trimestre de 2021 (4T21). A mineradora explicou que o recuo foi causado por menor resultado operacional no período, medido pelo Ebitda.

"O EBITDA sazonalmente menor e os maiores resultados financeiros do 4T21 explicam a queda, que foi parcialmente compensada pelo impacto positivo de R$ 5,6 bilhões do contrato vinculante para venda das operações de minério de ferro e manganês do Centro-Oeste e as provisões para descaracterização de barragens e Fundação Renova registradas no 4T21", consta no relatório.

Segundo o relatório, o ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Vale foi de R$ 32,665 bilhões no 1º trimestre de 2022, ficando 29,9% abaixo do registrado no mesmo período de 2021. Em relação ao quarto trimestre (4T21), entretanto, houve um crescimento de 24%. Por sua vez, o resultado financeiro ficou negativo em US$ 242 milhões entre janeiro a março de 2022.

Outros destaques dos resultados da Vale (VALE3) no 1T22

Em dólares, a Vale reportou um ebtida ajustado das operações continuadas de US$ 6,374 bilhões, sendo US$ 483 milhões abaixo do 4T21. No primeiro trimestre do ano passado, o ebitda ajustado havia sido de US$ 8,509 bilhões.

O lucro líquido no 1T22 foi de US$ 4,458 bilhões, US$ 969 milhões abaixo do 4T21, ante US$ 5,546 bilhões no primeiro trimestre. Segundo o relatório, os seguintes fatores influenciaram os resultados da mineradora no período:

• menor volume de vendas de minério de ferro e pelotas, principalmente devido à intensa estação chuvosa no 1T22 e o desempenho mais fraco do Sistema Norte (US$ 2,192 bilhões);
• maiores preços realizados para minério de ferro e pelotas (US$ 1,812 bilhão), seguindo o aumento de US$ 32/t no preço de referência 62% Fe e o maior prêmio de qualidade, compensando parcialmente os volumes mais fracos de minério de ferro.

Nos últimos doze meses, a receita líquida de vendas da Vale caiu de US$ 12,553 bilhões para US$ 10,812 bilhões. Assim como antecipou o relatório operacional, as vendas de minério de ferro caíram 9,6% nesse mesmo intervalo; níquel e cobre recuaram 18,8% e 29,4%, respectivamente.

Como pode ser visto na tabela abaixo, a mineradora teve custos totais de US$ 5,14 bilhões, queda em relação ao trimestre anterior, mas aumento na comparação trimestral:

A Vale fechou o 1T22 com uma dívida líquida aumentando para US$ 19,4 bilhões, impulsionada, principalmente, pelo efeito da valorização do real sobre os compromissos denominados em moeda local, parcialmente compensado pelos ganhos de marcação a mercado nas posições de hedge cambial, segundo o relatório.

"Durante este trimestre, revisamos e aprovamos com nosso Conselho de Administração uma mudança em nossa alavancagem ótima de US$ 15 bilhões para um range entre US$ 10 e 20 bilhões, sob o conceito de dívida líquida expandida. Essa decisão reflete a gestão proativa do passivo realizado nos últimos meses sem amortizações financeiras relevantes até 2024, um aumento sustentável em nossa capacidade de produção e uma gestão de custos e investimentos muito disciplinada", disse a Vale.

Ações da Vale (VALE3) na divulgação dos resultados

A Vale (VALE3) viu suas ações valorizadas no mercado financeiro no dia da divulgação dos resultados do primeiro trimestre do ano (1T22). Segundo os registros, a VALE3 fechou cotada a R$ 82,17 na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), com alta de 5,35%.

- Veja o relatório de resultados da Vale (VALE3) na íntegra.