Vale (VALE3) registra alta de 662% no lucro no 2T21

A mineradora Vale (VALE3) apresentou seu relatório de resultados nessa quarta-feira, 28 de julho, após o fechamento do mercado e de acordo com ele a companhia registrou um lucro de R$ 7,5 bilhões no 2º trimestre (2T21), o que representa uma alta de 662%.

Além de outros bons desepenhos financeiros, a companhia também destacou alguns desempenhos operacionais, que inevitavelmente afetam suas finanças. Por exemplo: a empresa atingiu a capacidade de 330 Mtpa na produção de Minério de Ferro, sendo que na mina Serra Leste foi alcançada a capacidade máxima de 6 Mtpa.

Vejamos abaixo alguns destaques em relação ao desempenho financeiro da Vale no 2T21 e mais alguns destaques operacionais.

Desempenho financeiro

Os principais destaques, além do lucro, foram o Ebitda relacionado aos Minerais Ferrosos, os investimentos feitos e o fluxo de caixa. Veja os detalhes de cada um deles.

Ebitda

No 2T21, o Ebitda ajustado proforma teve um recorde de US$ 11,239 bilhões e US$ 7,586 bilhões de lucro líquido, US$ 2,040 bilhões acima do 1T21.

O Ebitda de Minerais Ferrosos foi de R$ 56,188 bilhões, R$ 13,397 bilhões superior ao 1T21, principalmente devido a maiores preços realizados de venda (R$ 12,290 bilhões) e maiores volumes (R$ 5,835 bilhões), parcialmente compensados pelo aumento de custos e despesas, incluindo C1 e custos de frete (R$ 2,673 bilhões) e variações cambiais (R$ 2,169 bilhões).

Já o Ebitda de Metais Básicos foi de R$ 4.664 milhões, R$ 864 milhões abaixo do 1T21. O Ebitda das operações de Níquel foi de R$ 2.323 milhões, R$ 1.203 milhões abaixo do 1T21, principalmente devido às despesas de parada relacionadas à greve em Sudbury e menor receita de subprodutos. O Ebitda das operações de Cobre foi de R$ 2.341 milhões, R$ 339 milhões superior ao 1T21, principalmente por maiores volumes de vendas refletindo melhorias operacionais em Salobo e embarques postergados do 1T21 para 2T21.

E o Ebitda do Carvão, por sua vez, foi R$ 885 milhões negativo, R$ 5 milhões abaixo do 1T21. O efeito positivo da conclusão da manutenção, com maiores receitas e diluição de custos fixos, balanceou a ausência dos juros recebidos do Corredor Logístico Nacala no 1T21. O benefício esperado no Ebitda a partir da integração do corredor logístico deve
começar a ser percebido com a consolidação completa no 3T21.

Lucro líquido

O lucro líquido foi de R$ 40,095 bilhões no 2T21, como já dito, ficando R$ 9,531 bilhões acima do 1T21, principalmente devido ao maior Ebitda proforma e maiores resultados financeiros.

A Vale destacou em seu relatório que isso é resultado "do impairment de ativos do Negócio de Carvão e resultados de participações menores, devido a provisão adicional relacionada à Fundação Renova, compensaram parcialmente os efeitos positivos".

Investimentos

A Vale realizou um investimento total de US$ 1,139 bilhão no 2T21, ficando US$ 130 milhões acima do 1T21. Segundo a companhia, isso se deve à "aceleração dos investimentos nos projetos de expansão da mina de Voisey’s Bay, da planta de energia solar do Sol do Cerrado e no Serra Sul 120 Mtpa".

Desse valor, US$ 929 milhões foram utilizados na manutenção das operações e US$ 210 milhões na execução de projetos. Esses investimentos foram 12,8% maiores quando comparado ao 1T21, principalmente devido aos maiores investimentos na expansão da mina de Voisey’s Bay e Serra Sul 120 Mtpa, ao projeto solar Sol do Cerrado, e aos investimentos correntes sazonalmente maiores.

Fluxo de Caixa

A Vale registrou US$ 6,527 bilhões em Fluxo de Caixa Livre Operacional no 2T21, um total de US$ 680 milhões acima do 1T21. "O caixa gerado pelas operações nos permitiu distribuir US$ 2,208 bilhões em dividendos aos acionistas em junho, continuar com nosso programa de recompra, adquirindo US$ 2,004 bilhões de nossas ações, e pagar antecipadamente o Project Finance do Corredor Logístico de Nacala de US$ 2,517 bilhões", disse a companhia no relatório.

Dívida Bruta

A dívida bruta da companhia ficou em US$ 12,154 bilhões, em linha com o 1T21. A dívida líquida totalizou US$ 738 milhões negativos no mesmo período, com a dívida líquida expandida em US$ 11,448 bilhões.

Outros destaques operacionais e ESG

A Vale destacou a reparação de Brumadinho, onde ela avançou com os compromissos firmados em 2019 e com os previstos no Acordo de Reparação Integral, assinado em fevereiro de 2021.

Outros pontos importantes para a companhia no trimestre, foram a implantação da operação de trem não tripulado para escoar a produção de Timbopeba, além da conclusão da manutenção do carregador de navios 6 no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira.

Na gestão de barragens, a Vale concluiu a descaracterização da barragem Fernandinho e a construção da estrutura de contenção a jusante das barragens Forquilhas I, II, III, IV e Grupo, próxima à mina de Fábrica. Seis das trinta estruturas a montande da Vale já foram descaracterizadas. Conseguimos melhores condições de segurança para as barragens Doutor e Sul Inferior, permitindo a redução do seu nível de emergência.

Como parte do plano de desinvestimento do negócio de Carvão, dois marcos importantes foram alcançados:

1. em abril, foi concluída a manutenção da mina e plantas de Moatize, com a produção agora aumentando em linha com o plano para atingir a taxa anual de 15 Mtpa durante o segundo semestre de 2021;
2. e em junho, após o pré-pagamento do Project Finance do Corredor Logístico de Nacala, a Vale adquiriu a participação da Mitsui na mina de carvão e nas operações do corredor;

Veja na íntegra os resultados trimestrais da Vale.

Ações VALE3

As ações da Vale (VALE3) podem registrar alta nessa quinta-feira, 29 de julho, após a divulgação desses resultados. A companhia já teve um aumento significativo, de 2,80%, em suas ações nessa quarta-feira, dia 28. Elas passaram de cerca de R$114,10 para R$ 117,30.

Aliás, o primeiro semestre de 2021 foi bastante positivo para as ações da companhia. Ao total, a elevação dos preços das ações já tem um aumento de 36,51%, já quem em janeiro desse ano, cada uma delas custava cerca de R$ 85,93.

E no último ano, esse aumento é ainda maior, chegando a 106%, com as ações saindo de R$ 55,92 em julho de 2020.